Uma tecnologia que está em teste nos Estados Unidos promete tornar as viagens de avião mais seguras, rápidas e baratas. Trata-se de uma rede de comunicação via satélite que aproveita os sinais ADS-B emitidos por aviões comerciais para oferecer a tripulações e órgãos de controle de tráfego aéreo informações mais atualizadas e precisas sobre meteorologia e localização.
A iniciativa é da Aireon, formada pela estadunidense Iridium, especializada em satélites de telecom, e por companhias ligadas ao serviço de controle de tráfego aéreo dos Estados Unidos. Juntas, elas desenvolveram uma solução capaz de captar e redistribuir os sinais ADS-B dos aviões, originalmente enviados para estações receptoras em terra, para que eles possam ser explorados de maneira mais complexa e eficaz por controladores e outras aeronaves.

Com a novidade, aviões de carreira poderão voar a velocidades mais altas e mais próximos uns dos outros, agilizando os circuitos de pouso e decolagem em áreas congestionadas, além de permitir às tripulações reagir com mais rapidez e eficácia a questões meteorológicas, reduzindo ligeiramente o tempo de voo e o consumo de combustível – tudo isso com o máximo de segurança.

Voos mais seguros e menos turbulentos à vista
Em entrevista ao Quartz, Jonathan Lee, comandante da Hawaiian Airlines envolvido em testes da Inmarsat, outra empresa que explora a ideia, garantiu que “uma cabine de comando mais conectada contribui para o alerta situacional da tripulação”. Hoje, Lee testa um app que combina dados meteorológicos a informações de tráfego que ajudam a determinar quando mudar a altitude para evitar turbulências e correntes de vento de proa, que podem tornar o voo mais demorado.
O ADS-B, Sistema de Vigilância Aérea Automático Dependente por Radiodifusão, é um novo método de controle do espaço aéreo que está em implantação no mundo todo. Ele é mais barato, eficaz e tem cobertura maior que a dos radares convencionais. Se vingar, a iniciativa de reaproveitar os sinais ADS-B via satélite pode render uma economia de até US$ 1 bilhão por ano às companhias aéreas.