Coppe participa do projeto do submarino nuclear brasileiro
Rio de Janeiro - O Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa de
Engenharia (Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
inaugurou hoje (30) o Laboratório de Tecnologia Sonar (LabSonar), que
vai atuar, junto com a Marinha, no desenvolvimento de tecnologias de
detecção e classificação de ruídos dos motores de navios, para a
proteção da costa brasileira.
O professor José Seixas, coordenador do LabSonar, disse que o projeto
do submarino nuclear brasileiro, o principal desafio do laboratório,
traz a oportunidade de grande desenvolvimento tecnológico para o país.
“O LabSonar surge em um momento interessante, em que não só a Marinha
resolveu construir esse aporte considerável de submarinos, incluindo
essa parte nuclear, como vem se sedimentando uma ideia de que o Brasil
hoje é um parceiro bem diferenciado nesse cenário internacional”, disse.
Entre os desafios tecnológico que o LabSonar vai trabalhar, estão a
fusão de dados, processamento estocástico de sinais, estatística de
ordem superior, separação cega de fontes, inteligência computacional,
engenharia de software e sistemas embarcados, congregando os programas de engenharia elétrica e oceânica do Coppe.
O secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação da Marinha,
almirante-de-esquadra Wilson Barbosa Guerra, explicou que o projeto do
submarino nuclear tem como desafio construir uma embarcação tipicamente
brasileira. “Nós vamos construir junto com a França quatro submarinos
convencionais, esse é um projeto francês e nós temos índices de
nacionalização. Mas o maior desafio é nós projetarmos. Então, hoje nós
temos engenheiros que passaram dois anos no Coppe fazendo especialização
e dois anos na França, e hoje estão em São Paulo projetando”.
De acordo com ele, a fase inicial e os testes de exequibilidade do
projeto já foram aprovados pela Marinha, como tamanho, modelagem de
deslocamento e engenharia de construção. Nos próximos dois anos serão
tomadas algumas decisões, como o modelo do sonar a ser usado. O
submarino nuclear brasileiro deve ficar pronto em 2025.
A cooperação entre o Coppe e a Marinha começou na década de 1980 e já
possibilitou a instalação de sonares em submarinos brasileiros na
década de 1990. O projeto atual vai construir um sonar passivo, que
detecta os ruídos no ambiente marinho. Para o futuro, podem ser feitos
também sonares ativos, que emitem sinais para detectar os objetos por
meio da reflexão do som.
Fonte: InfoExame
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