quinta-feira, 29 de outubro de 2015

PETRÓPOLIS GANHA PRIMEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL COM INSTALAÇÃO DE CAMPUS DA UFF

PETRÓPOLIS GANHA PRIMEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL COM INSTALAÇÃO DE CAMPUS DA UFF
Fachada do Campus de Petrópolis
Sete anos após a implantação do Campus de Nova Friburgo, a Universidade Federal Fluminense “sobe a serra” mais uma vez e dá continuidade à expansão pelo Estado do Rio de Janeiro. A partir de 25 de novembro, a UFF iniciará as atividades do curso de bacharelado em Engenharia de Produção no novo Campus de Petrópolis. É a primeira universidade federal a ser instalada no município. A primeira turma da UFF em Petrópolis tem 50 alunos, selecionados pela nota do Enem, conforme as regras do Edital Suplementar nº 3, que contou com mais de 1,4 mil candidatos.
A infraestrutura do campus foi montada pela Prefeitura de Petrópolis, que firmou um convênio com a UFF para a sua instalação em um antigo Ciep, no bairro Quitandinha. A condição para a criação do curso foi a oferta, pela administração municipal, de toda a estrutura física necessária ao seu funcionamento. “A Prefeitura forneceu mobiliário, equipamentos, acervo de biblioteca, e ainda fez as reformas e adaptações necessárias a um curso de ensino superior”, disse o coordenador do curso, Moacyr Figueiredo.
Com quatro pavimentos e um anexo ao prédio principal, a unidade dispõe de quatro laboratórios pedagógicos (Física I, Física II, Química e Computação) e outros quatro laboratórios temáticos (Engenharia do Produto, Engenharia de Processo, Planejamento e Controle da Produção, e Inovação e Melhoria), auditório, salas de aula, gabinetes, salas administrativas e espaços de convivência, dentre outros. O anexo é adaptado para a instalação de uma incubadora de empresas e uma empresa júnior, destinadas à realização de novos negócios e empreendedorismo. O campus está interligado à rede metropolitana de dados de Petrópolis, possibilitando acesso à internet em alta velocidade.
Novo curso estimula alunos a aprender fazendo
O Projeto Político-Pedagógico do bacharelado em Engenharia de Produção tem como referencial a metodologia da Aprendizagem Baseada em Projetos (ABP ou, em inglês, Project-Based Learning - PBL), que é uma abordagem na qual os estudantes lidam com questões interdisciplinares e tomam decisões sozinhos e em equipe. No processo, envolvem-se com tarefas e desafios para resolver problemas que tenham ligação prática com a vida fora da sala de aula. Como resultado, apresentam um produto final ou desenvolvem um projeto. O PBL será aplicado principalmente a partir do quarto período, logo após as disciplinas básicas de Engenharia.
“Para a sua criação, a Reitoria nos pediu que o curso tivesse um caráter inovador, com a proposição de novos paradigmas e práticas de ensino. Isso estimulou o grupo a sugerir um modelo que pudesse ser implementado em outros cursos na universidade. Pesquisamos por aproximadamente um ano sobre o que havia de inovador no mercado e na academia e concluímos que o PBL era o que melhor se adequava”, explicou o coordenador.
Oriundo do Campus de Rio das Ostras, Moacyr Figueiredo compõe, nesse primeiro momento, a equipe de docentes do novo campus com a diretora da nova unidade, Marcelle de Sá Guimarães; o chefe de departamento, Anibal Vilcapoma Ignacio; e o coordenador de estágios, Luiz Heleno Duque. O corpo técnico-administrativo é composto por servidores aprovados no último concurso da UFF, realizado neste ano. 
Focar nos problemas da região é uma forma de dar um retorno à sociedade e cumprir nosso papel de prestação de serviços, que é uma missão da universidade", Moacyr Figueiredo.
A graduação em Engenharia de Produção tem como objetivo formar profissionais capacitados a identificar, formular e solucionar problemas ligados às atividades de projeto, operação e gerenciamento do trabalho e de sistemas de produção de bens e serviços, considerando seus aspectos humanos, econômicos, sociais e ambientais, com visão ética e humanista, em atendimento às demandas da sociedade.
Em Petrópolis, o curso se voltará principalmente para as demandas da Região Serrana, focando em problemas como a gestão de desastres naturais, sob o foco da logística humanitária. “Focar nos problemas da região é uma forma de dar um retorno à sociedade e cumprir nosso papel de prestação de serviços, que é uma missão da universidade”, defendeu o coordenador.
Outro destaque do currículo é a ênfase dada à educação ambiental ao longo da graduação. Além de disciplinas obrigatórias com conteúdo específico sobre desenvolvimento sustentável e gestão ambiental, outras disciplinas terão conteúdos interdisciplinares que contemplem a questão ambiental, sob a ótica da sustentabilidade.
Com carga horária de 3.660 horas, sendo 3.060 para disciplinas obrigatórias, são 420 horas de disciplinas optativas, além de 210 de horas complementares. “O currículo é mais aberto, com menor carga horária de obrigatórias, permitindo ao estudante tornar a formação mais específica, de acordo com o seu perfil e preferências”, acrescentou Figueiredo.
Interiorização da UFF: vocação para o desenvolvimento do estado
Segundo a assessora de Interiorização da UFF, Jandira Motta, o curso foi criado a partir da demanda da Prefeitura aliada à necessidade de ampliar a qualificação profissional na região e ao potencial de desenvolvimento tecnológico local. Petrópolis já conta com unidades do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet), da Faculdade de Educação Tecnológica do Estado do Rio de Janeiro (Faeterj) e do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), órgão vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. As duas últimas instituições ficam a cerca de um quilômetro do campus da UFF, o que, na avaliação de Jandira, facilita em muito a aproximação.
Além disso, a localidade onde a graduação se encontra oferece um crescente campo de estágio e emprego para os alunos e futuros egressos do curso. “A Região Serrana vem se consolidando como um centro regional de desenvolvimento, principalmente na área da indústria de base tecnológica, e bem perto da UFF há a Faeterj, com uma graduação tecnológica em Tecnologia da Informação e da Comunicação, e a LNCC, que oferece cursos de mestrado e doutorado. Faltava um bacharelado da UFF para completar essa tríade. O objetivo é formar um polo tecnológico, estimulando o intercâmbio e, inclusive, permitindo aos alunos frequentar bibliotecas, espaços comuns e participar de eventos acadêmicos das demais instituições”, apontou ela.
Jandira Motta ressalta que a vocação da UFF é atender aos municípios fluminenses em suas necessidades, levando cursos a locais que tenham escassez de ensino superior federal e priorizando atividades que fortaleçam o desenvolvimento do estado. Mas para que isso ocorra, segundo ela, é necessário que a administração municipal tenha recursos financeiros para viabilizar e dar suporte à instalação dos cursos. “Na época do Reuni, vivemos um período diferenciado, em que o MEC colocou todas as suas forças para a ampliação das universidades. Mas tratou-se de uma política pontual, que já não está mais sendo desenvolvida. Por isso, para podermos fazer mais investimentos de criação e expansão em campi do interior, precisamos que o município tenha condições de também participar desse investimento”, esclareceu.
Para apresentar oficialmente o novo campus ao Ministério da Educação, está programada para a primeira quinzena de novembro a visita de uma comitiva da Secretaria de Educação Superior do ministério (Sesu/MEC). Segundo Jandira, o objetivo é que o MEC possa avalizar a expansão e reconhecer, in loco, a necessidade de recursos daquele campus, incluindo a unidade na matriz orçamentária da UFF.
Fonte: Site UFF

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