segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Cigarros de alta tecnologia são mais saudáveis?

Cigarros de alta tecnologia são mais saudáveis?


Órgãos reguladores dos EUA querem mais dados para avaliar todos os possíveis riscos para a saúde dos novos cigarros eletrônicos
A Philip Morris International quer mudar para um “futuro sem fumaça”, mas os órgãos reguladores dos EUA consideram necessário ter mais dados para avaliar todos os possíveis riscos para a saúde dos novos cigarros eletrônicos da empresa.
Embora o dispositivo da empresa, o IQOS, tenha reduzido a exposição a alguns produtos químicos nocivos presentes no ato de fumar, ainda assim os usuários poderiam desenvolver certas lesões pré-cancerosas semelhantes às que podem ser causadas por cigarros tradicionais, informou a equipe da Food and Drug Administration em um relatório publicado na segunda-feira.
É necessário realizar um estudo completo sobre o potencial cancerígeno do IQOS antes que ele possa ser comercializado como uma alternativa mais segura aos cigarros, segundo o relatório. A Philip Morris deverá divulgar os resultados desse estudo no fim deste ano, de acordo com o relatório.
As conclusões foram anunciadas em um momento em que as empresas de tabaco enfrentam um declínio na venda de cigarros nos EUA e em plena campanha da FDA para reduzir a quantidade de nicotina nos cigarros para níveis não viciantes.
O IQOS tem um aquecedor eletrônico e um bastão que será aquecido e se assemelha a um cigarro curto. Os usuários inserem o bastão no aquecedor e aspiram do bastão, que foi aquecido a quase 315 ºC. Um cigarro comum queima a quase 540 ºC, de acordo com a Philip Morris.
O relatório da FDA interroga se os estudos da empresa sobre os efeitos toxicológicos não cancerígenos dos IQOS eram os adequados para medir os efeitos do uso crônico e manifestou preocupação em relação a qualquer possibilidade de benefício, porque os testes mostraram que os usuários tendiam a usar IQOS e cigarros, em vez de adotar exclusivamente o IQOS.

Reunião iminente

Os comentários da equipe da FDA chegam às vésperas de uma reunião marcada para quarta e quinta-feira de assessores externos da agência para discutir o pedido da Philip Morris de denominar o IQOS como dispositivo com menos risco que o cigarro. O pedido da gigante do tabaco tinha mais de três milhões de páginas, informou a empresa anteriormente.
A FDA pedirá aos especialistas externos que indiquem se a Philip Morris demonstrou que trocar completamente os cigarros pelo IQOS reduz o risco de desenvolver doenças relacionadas ao tabaco. A FDA não precisa acatar a decisão do painel consultivo, mas isso a ajudará a definir se denomina o IQOS como um “produto de tabaco com risco modificado”, ou seja, que beneficiará a saúde da população como um todo.
A Philip Morris afirma que a ausência de fogo, fumaça e cinzas elimina em média de 90 por cento a 95 por cento dos produtos químicos prejudiciais nos cigarros. A equipe da FDA determinou que o aerossol liberado pelo IQOS produz níveis muito mais baixos de agentes cancerígenos do que a fumaça dos cigarros, mas em graus variados.
“Esperamos ansiosamente a oportunidade de discutir as evidências científicas” na audiência, disse o porta-voz da Philip Morris, Corey Henry, em um comunicado.

Fonte: EXAME

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