Computerworld / EUA
04/04/2018 - 16h04
Segundo novo levantamento feito na Europa e
América do Norte, cerca de 30% das organizações já implementaram
plataformas com Inteligência Artificial.
Apesar das preocupações relacionadas à privacidade dos
dados e da falta de maturidade da tecnologia, os assistentes virtuais e
os chatbots impulsionados pela Inteligência Artificial (IA) estão
começando a aparecer com mais força nas empresas, segundo um novo
relatório da rede profissional de TI Spiceworks.
O levantamento, que entrevistou 529 profissionais de TI da
América do Norte e da Europa, mostra que 29% dos entrevistados
implementaram um ou mais chatbots ou assistentes inteligentes para
tarefas relacionadas ao trabalho, ou planejam fazer isso neste ano.
A adoção dessas ferramentas foi maior entre as grandes
empresas, que possuem mais recursos para avaliar tecnologias emergentes,
com 24% delas já usando assistentes ou chatbots com IA e 16% se dizendo
prontas para implementar a tecnologia neste ano, chegando a um total de
40%.
“Muitas companhias estão começando a ver como essas
tecnologias são úteis, e como elas estão mais amplamente disponíveis,
estamos vendo um crescimento na adoção”, afirmou o analista sênior de
tecnologia da Spiceworks e autor da pesquisa em questão, Peter Tsai. Ele
afirma, no entanto, que a tecnologia ainda está “na sua infância”.
Como os assistentes inteligentes estão sendo usados?
Os assistentes e chatbots com IA estão sendo usados de
diversas maneiras, sendo que a mais comum é para transformar voz em
texto (citada por 46% dos entrevistados), enquanto que 26% usam os
recursos para oferecer suporte a tarefas de colaboração em equipe e 24%
os utilizam para gerenciar a agenda dos funcionários. Outros casos de
uso incluem gerenciamento de e-mails (14%), serviço ao consumidor (14%),
gerenciamento de help desk de TI (13%) e análise de dados (10%).
O relatório também indica onde os assistentes inteligentes
e chatbots estão sendo adotados nas organizações. Os departamentos de
TI respondem pela maior parte dos casos de uso (53%) – o que não é uma
surpresa, uma vez que os profissionais da área costumam ser early
adopters de novas tecnologias e podem realizar testes com ferramentas
antes que elas sejam adotadas de forma mais ampla na companhia.
O departamento de TI é seguido pelas áreas de
gerenciamento administrativo e de negócios (23%) e suporte e serviço ao
consumidor (20%). Os setores de marketing e vendas – ambos com 16% -
também estão usando as tecnologias, enquanto que existem níveis mais
baixos de adoções contabilidade e finanças (9%), pesquisa e
desenvolvimento (7%) e recursos humanos (7%).
Cortana lidera
Apesar de a Cortana ainda estar atrás no mercado de
consumo, a assistente inteligente da Microsoft é a mais usada no
ambiente de trabalho, graças à integração com o Windows 10.
Entre os entrevistados que já implementaram assistentes
inteligentes ou chatbots, 49% estão usando a Cortana, enquanto que a
rival Siri, da Apple, aparece logo atrás, com 47%. O Google Assistente
foi citado por 23% dos entrevistados. Já a Alexa, da Amazon, que domina o
segmento de consumidores, aparece com apenas 13% das respostas na
pesquisa – mas vale citar que outros 15% dos entrevistados afirmaram que
pretendem adotar a solução nos próximos 12 meses.
Imagem: Microsoft/divulgação
Além de anunciar uma parceria com a Microsoft para
integrar a Alexa em novos laptops Windows 10, a Amazon também lançou a
plataforma Alexa for Business, que, como o nome indica, é voltada para o
mercado corporativo.
Chatbots
Os chatbots também já estão deixando sua marca nas
empresas. Segundo a pesquisa, 14% das empresas usam chatbots dentro de
plataformas colaborativas como Slack e Microsoft Teams, e a adoção
deverá crescer de forma significativa ao longo do próximo ano, quando
outros 16% dos entrevistados pretendem adotar ferramentas do tipo.
Por outro lado, as companhias parecem estar menos
dispostas a criarem os seus próprios chatbots, com apenas 2% delas já
tendo feito isso – outros 10% dos entrevistados planejam desenvolver um
chatbot customizado no próximo ano.
Barreiras
Apesar de existir interesse por aplicações corporativas
para assistentes inteligentes e chatbots, existem diversos pontos nas
tecnologias que ainda impedem um uso mais amplo, aponta o relatório.
A principal razão citada pelas companhias para não adotar
esses sistemas de IA são os seus casos de uso limitados, citada por 50%
dos entrevistados que não pretendem adotar a tecnologia. Isso
provavelmente acontece porque a tecnologia “ainda está evoluindo”,
segundo Tsai. Por exemplo, a principal reclamação entre os usuários de
assistentes inteligentes e chatbots é que o software “não compreende o
que estão tentando dizer, ou não entende nuances de diálogo, gírias,
piadas ou um discurso mais informal”.
Essas questões deixam as organizações um tanto receosas
sobre investir na tecnologia. “Se você precisa investir mais esforço na
tecnologia para ter o que você precisa, então não está realmente tendo
um bom retorno sobre o seu investimento”, afirma o analista. “Parece que
muita gente vai adotar assistentes inteligentes e chatbots no futuro,
mas talvez a tecnologia ainda não esteja realmente lá no momento.”
Além disso, 29% dos entrevistados citaram preocupações
sobre segurança e privacidade como motivo para não implementar sistemas
de IA nas suas empresas.
Outras razões mencionadas pelas organizações na pesquisa
para não adotar esses sistemas incluem custos (25%), medo de distração
dos funcionários e perda de produtividade (19%), preocupações sobre
precisão (15%), falta de apoio dos gerentes (14%) e necessidade de
treinamentos (13%).
Fonte: IDGNow!
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