terça-feira, 9 de outubro de 2018

Coca-Cola, Pepsi e Nestlé: as empresas que mais poluem os mares com plástico

Coca-Cola, Pepsi e Nestlé: as empresas que mais poluem os mares com plástico

EFE Manila
9 out 2018

EFE/Jim Lo Scalzo
EFE/Jim Lo Scalzo

As multinacionais Coca-Cola, Pepsi e Nestlé são as empresas que mais contribuem para a poluição dos oceanos com plásticos descartáveis, indicou um estudo da iniciativa "Break Free from Plastic", que limpou a costa de 42 países no mundo todo.
"O relatório demonstra de forma irrefutável o papel das grandes corporações em perpetuar a poluição mundial de plástico", afirmou Von Hernández o coordenador global do movimento "Break Free from Plastic", no lançamento do estudo em Manila.
Mais de 10 mil voluntários fizeram, entre 9 e 15 de setembro 239 ações de limpeza de plásticos em litorais e outros entornos naturais de 42 países como Filipinas, Tailândia, Vietnã, Índia, Indonésia, Austrália, Chile, Equador, Brasil, México, Estados Unidos, Canadá, Marrocos e Espanha.
Foram recolhidas 187 mil peças de plástico, e 65% correspondiam a embalagens de produtos de grandes corporações mundiais, com Coca-Cola, Pepsi e Nestlé à frente.
Elas são seguidas no ranking de empresas mais poluidoras por Danone, Mondelez, Procter & Gamble, Unilever, Perfetti Van Melle, Mars Incorporated e Colgate-Palmolive, todas multinacionais ligadas a alimentação, higiene e produtos de limpeza doméstica.
"Essas companhias têm que escolher, podem ser parte do problema ou da solução. Se continuarem a utilizar em seus produtos revestimentos desnecessários de plástico, continuarão encorajando sua fabricação e, portanto, a poluição", destacou Hernández em declarações à Agência Efe.
Cerca de 100 mil peças ou porções de plástico recolhidos eram de materiais que são impossíveis ou muito difíceis de reciclar, como o poliestireno, o PVC (policloreto de polivinila), PET (tereftalato de polietileno) - usado sobretudo em garrafas - e o filme de plástico de apenas um uso.
Atualmente, a produção de plástico alcançou as 320 milhões de toneladas métricas por ano e, na próxima década, está previsto que cresça 40%, o que aumentará exponencialmente a liberação de gases do efeito estufa, já que 90% dos plásticos são produzidos a partir de energias fósseis e contaminantes.
"Devemos exigir das corporações responsáveis por essas marcas de consumo em massa que deixem esse mau hábito de sobrelotar seus produtos e reverter a demanda por mais plástico", indicou Hernández, que lidera este movimento global após dirigir o Greenpeace no sudeste asiático entre 2014 e 2018.
O relatório enfatiza que as grandes corporações devem assumir sua responsabilidade na poluição do meio ambiente em vários níveis, já que a produção de plásticos expõe as comunidades que vivem perto das fábricas a substâncias nocivas, mas também contaminam os alimentos e produtos contidos nas embalagens de plástico.
"A população está acumulando ftalatos e outras substâncias que alteram o sistema endócrino no sangue, além de pagar com seus impostos o elevado custo da gestão dos resíduos de plástico", advertiu a "Break Free from Plastic".
Além disso, 80% das 8,3 bilhões de toneladas métricas de plástico produzidas desde 1950 ainda permanecem no meio ambiente, fundamentalmente nos oceanos.
Desde então, apenas 9% dessa quantidade de plástico foi reciclada adequadamente e 12% incinerada.
A iniciativa "Break Free from Plastic" nasceu em 2016 com o propósito de defender um futuro livre de plásticos, já que, durante o longo processo de sua desintegração, eles liberam gases do efeito estufa, principalmente metano, que contribuem para a mudança climática.
Este movimento já conta com o apoio de seis mil pessoas e mais de 1.300 organizações e grupos de defesa do meio ambiente como Greenpeace, GAIA e Zero Waste.

Fonte: EFE

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