quinta-feira, 21 de maio de 2020

Novo algoritmo é capaz de prever casos graves de coronavírus

Novo algoritmo é capaz de prever casos graves de coronavírus


Para isso, professores da NYU utilizaram uma forma de Inteligência Artificial (IA) capaz de fazer previsões sobre o futuro com base em dados





O novo coronavírus atinge as pessoas de forma bastante diferente. Alguns casos são mais leves, outros mais graves e uma boa parte não apresenta sequer um sintoma da doença. Em meio à pandemia, com muitos pacientes nas Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) os sistemas de saúde ao redor do mundo se preparam para um colapso. No Brasil, com 16.118 mortos, estados com a situação mais crítica enfrentam desafios para garantir atendimento no SUS. No Rio de Janeiro, por exemplo, a fila de espera para vagas em UTIs já supera mil pacientes, e até a rede privada está próxima do colapso. Outros estados como Ceará, Amazonas e Pernambuco estão com 99% de sua capacidade de atendimento em uso.
Para ajudar os profissionais da saúde a entender melhor a doença, dois pesquisadores da Universidade de Nova York (NYU) desenvolveram um algoritmo capaz de prever casos graves da covid-19. Para isso, eles utilizaram a análise preditiva, uma forma de Inteligência Artificial (IA) capaz de fazer previsões sobre o futuro com base em dados. Para chegar ao resultado, foram analisados 53 dados de pacientes graves entre janeiro e fevereiro, na cidade de Wenzhou, da província de Zhejiang, na China, primeiro país severamente afetado pela doença. A cidade foi a escolhida porque, no começo de janeiro, tinha um dos maiores surtos fora da pronvícia de Hubei, que tem Wuhan, o primeiro epicentro do coronavírus, como capital. Em parceria com o infectologista chinês Xiangao Jiang, sintomas como febre, tosse e diarréia foram analisados, bem como a contagem de células, funcionamento dos rins e outros exames, como o raio-X.
A ferramenta experimental dos pesquisadores ajudou a prever quais pacientes teriam quadros piores da doença, sendo capaz de encontrar sinais clínicos dos casos mais graves logo no início. “Os algoritmos que fizemos foram treinados com poucos dados, mas, com mais, nas futuras versões vamos conseguir ajudar os médicos e enfermeiros”, escreveram os professores da universidade, e criadores da tecnologia, Anasse Bari e Megan Coffee em artigo no site americano Fast Company.
Segundo os pesquisadores, para começar a construção dos algoritmos, “era preciso esperar que todos os pacientes se recuperassem ou morressem” para que, dessa forma, pudessem ensinar a tecnologia sobre os resultados da covid-19. Até meados de fevereiro, de acordo com Bari e Coffee, todos os participantes do estudo estavam curados, até mesmo os mais graves. Com isso, foi possível construir a IA para identificar os sintomas corporais de um infectado — e determinar a gravidade do quadro.
Os algoritmos, em fase de teste, previram com eficiência de 70% a 80% quais dos 53 pacientes seriam mais afetados pela doença. “Nossos modelos descobriram que altos níveis da enzima ALT no fígado, níveis elevados de hemoglobina e dores corporais eram os principais pontos para prever casos severos da covid-19. Normalmente, os médicos não se preocupariam com a ALT e a hemoglobina, mas ambos parecem ser sinais importantes durante uma infecção pelo coronavírus”, disseram. Altos níveis de hemoglobina podem levar os pacientes a criar coágulos de sangue, o que aumenta diretamente a possibilidade de morte.
No começo de maio, um novo estudo observacional feito por especialistas do Hospital Mount Sinai, de Nova York (EUA) apontou que o tratamento com o uso de anticoagulantes pode melhorar o tempo de sobrevivência de pacientes graves. A pesquisa indica, no entanto, que os remédios do tipo podem funcionar como um tratamento para a doença, e não como prevenção.

Fonte: EXAME

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