Por enquanto, o vírus 'G4 EA H1N1' -
identificado na China (país com a maior população suína do mundo) - não
foi transmitido entre pessoas
Mais de dez milhões de casos confirmados de Covid-19 e mais de meio milhão de mortos em todo o planeta. Em um cenário de pandemia, o que o mundo não precisa agora? Outra pandemia.
Um estudo publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences, pesquisadores afirmam que identificam um novo vírus da gripe suína que vem se espalhando pela China (país com a maior população suína do mundo, com 500 milhões de cabeças) com potencial para se espalhar sem controle. A descoberta, segundo os cientistas, exige precauções imediatas de saúde animal e pública e medidas de controle para evitar surtos de doenças em seres humanos.
O que preocupa os pesquisadores é o fato de que o núcleo vem do vírus da gripe aviária - ao qual os humanos não têm imunidade – misturado com pedaços de cepas de mamíferos. "Os porcos são hospedeiros intermediários para a geração do vírus da gripe pandêmica. Assim, a vigilância sistemática dos vírus influenza em suínos é uma medida fundamental para avisar do surgimento da próxima gripe pandêmica", afirmam os cientistas no estudo.
A pesquisa faz parte de um projeto para identificar cepas de influenza que podem se tornar uma pandemia. A equipe da Universidade Agrícola da China analisou cerca de 30 mil amostras nasais retiradas de porcos em matadouros de dez províncias chinesas e outras mil no hospital veterinário da instituição entre 2011 e 2018. "O vírus G4 mostrou um aumento acentuado desde 2016 e é o genótipo predominante na circulação em porcos", escreveram os pesquisadores.
Porém, a cientista lembra que ninguém podia prever a pandemia de H1N1 até que o vírus saltou de porcos para pessoas, em 2009. "A gripe pode nos surpreender", diz Nelson. "E existe o risco de negligenciarmos a gripe e outras ameaças no momento" da Covid-19. Se um porco é infectado com dois ou mais tipos de vírus ao mesmo tempo, como a gripe humana e a gripe suína, os vírus podem trocar genes em um processo chamado "rearranjo", levando a uma nova cepa que pode infectar pessoas.
Via: Science Mag/Inverse
Fonte: OlharDigital
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