sexta-feira, 31 de julho de 2020

Vacina teuto-americana contra coronavírus entra em fase final de testes

Vacina teuto-americana contra coronavírus entra em fase final de testes

Estudos com participação de 30 mil voluntários serão realizados em 120 centros de estudo em todo o mundo, incluindo o Brasil. Caso seja bem-sucedida, a vacina será submetida à aprovação regulatória já em outubro.

DW
28.07.2020

Alemã Biontech desenvolve vacina em conjunto com Pfizer americana

A empresa alemã de biotecnologia BioNTech e a farmacêutica americana Pfizer receberam permissão das autoridades dos Estados Unidos nesta terça-feira (28/07) para iniciar a fase final de testes de uma vacina contra a covid-19. Os testes das fases 2 e 3 contarão com a participação de cerca de 30 mil voluntários, com idades entre 18 e 85, e serão realizados em 120 centros de estudo em todo o mundo, entre eles o Brasil. O anúncio fez subirem as cotações das duas empresas na bolsa de valores.

A vacina da Pfizer e da BioNTech, batizada de BNT162, mostrou resultados promissores em pequenos estudos preliminares com 60 participantes, estimulando as respostas de anticorpos e células T, mesmo em doses baixas. "O início da fase 2/3 do estudo é um importante passo no nosso progresso em direção a fornecer a potencial vacina para ajudar na luta contra a atual pandemia de covid-19", declarou Kathrin Jansen, chefe de Pesquisas e Desenvolvimento de Vacinas da Pfizer.

A possível vacina usa ácido ribonucleico (RNA) como mensageiro químico. Ele induz as células humanas a produzirem proteínas que imitam a superfície externa do novo coronavírus. O corpo reconhece essas proteínas como intrusas, desencadeando uma resposta imunológica contra o vírus real.

Caso seja bem-sucedida, a vacina será submetida à aprovação regulatória já em outubro. De acordo com os planos da BioNTech, 100 milhões de doses poderão ser entregues até o fim do ano. Até o fim de 2021, a Biontech e a Pfizer pretendem fornecer mais de 1,3 bilhão de doses.

Todas as doses desse ano, porém, podem já ter destino certo. Na terceira semana de julho, o governo dos Estados Unidos acertou que pagará 1,95 bilhão de dólares por 100 milhões de doses dessa vacina, caso ela dê resultado. Como a vacina tem duas doses, aplicada com sete dias de distância, 50 milhões de americanos poderiam ser imunizados. Com base no preço acertado por Washington, custará cerca de 39 dólares para imunizar uma pessoa com a BNT162. Em comparação, a Universidade de Oxford e a empresa AstraZeneca prometeram disponibilizar a vacina que estão desenvolvendo "a preço de custo", por cerca de 2,90 dólares a dose.

Em todo o mundo, outras vacinas também estão na fase 3 de estudos clínicos. Nesta segunda-feira, a farmacêutica americana Moderna começou a terceira e última fase de testes de uma substância experimental contra a covid-19, com a participação de 30 mil voluntários. A empresa recebeu quase 1 bilhão de dólares do governo americano para financiar o projeto.

Recentemente, voluntários brasileiros passaram a testar a vacina desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac Biotech. Os primeiros 890 participantes receberam doses no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, em parceria com o Instituto Butantan de São Paulo. Os pesquisadores do hospital vão analisar os voluntários a cada duas semanas, e estima-se que as primeiras análises estarão concluídas em até três meses. No total, participarão dessa fase 9 mil voluntários brasileiros, todos profissionais da saúde.

O Brasil também está participando da fase 3 da vacina experimental desenvolvida pela Universidade de Oxford e a empresa farmacêutica AstraZeneca. Os resultados preliminares recém-divulgados indicam que ela é segura e induziu resposta imunológica. Está em andamento a terceira fase dos estudos clínicos, que inclui testes em 50 mil voluntários, entre os quais 5 mil brasileiros, em parceria com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Em todo mundo, já foram registrados mais de 16,5 milhões de casos de covid-19 e 655 mil óbitos em decorrência da doença respiratória, segundo dados da Universidade Johns Hopkins.

Fonte: DW

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