segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Entidades defendem prazo para retirar veículos poluentes no mercado

Entidades defendem prazo para retirar veículos poluentes no mercado

Carta foi enviada ao Conama para manter cronograma que termina em 2023 

Eliane Gonçalves - São Paulo
15 Dezembro, 2020

Entidades médicas pedem que Conama, o Conselho Nacional do Meio Ambiente, mantenha prazo de retirada de veículos mais poluentes do mercado brasileiro. As montadoras de automóveis argumentam que pandemia atrasou a implantação da nova tecnologia.

Em um manifesto público divulgado nessa terça-feira, associações médicas pediram ao Conama para manter o cronograma que determina que a partir de 2023 os veículos vendidos no Brasil sejam menos poluentes. A regra atinge principalmente ônibus e caminhões.

O cronograma foi aprovado em 2018, justamente para que as montadoras pudessem se adaptar à nova tecnologia, o chamado padrão Euro VI.

O sistema já é obrigatório na Europa desde 2014, e garante motores mais limpos, com menos emissão de partículas e gases nocivos à saúde e ao meio ambiente – como o monóxido de carbono e o dióxido de enxofre.

Segundo as entidades médicas e também as ambientais que acompanham a discussão, os fabricantes de automóveis querem uma prorrogação de mais três anos.

Já a Anfavea, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, diz que a prorrogação se justifica em função da pandemia do coronavírus, que teria atrasado a implantação da nova tecnologia.

Durante a pandemia, as montadoras ficaram fechadas por cerca de dois meses.

A associação nega que as empresas estejam pedindo mais três anos para cumprir o acordo. Mas o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, também não diz quanto tempo elas vão precisar.

Segundo a associação, se o prazo não for ampliado, as montadoras não terão veículos para colocar no mercado em 2023.

Já a Organização Mundial da Saúde calcula que a poluição do ar é responsável pela morte de mais de 9 milhões de pessoas no mundo a cada ano. Só no Brasil são mais de 51 mil vítimas.

A poluição também é responsável por metade dos casos de pneumonia em crianças no país, um quarto dos acidentes vasculares cerebrais e quase um terço dos casos de câncer de pulmão.

A Associação Brasileira de Pediatria é uma das entidades a assinar o manifesto enviado para o Conama. Segundo o presidente da associação, Carlos Augusto Mello, estudos mostram que a poluição do ar afeta o desenvolvimento das crianças e já é possível detectar partículas de poluentes na placenta de mulheres grávidas.

Nós entramos em contato com o Conama e o Ministério do Meio Ambiente questionando se já existe uma posição do conselho ou do governo sobre o assunto, e estamos aguardando retorno.

Fonte: EBC

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