quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Grupo de empresas sugere o uso da frequência de 6 GHz para redes 5G

Grupo de empresas sugere o uso da frequência de 6 GHz para redes 5G

Rafael Rigues
16 de dezembro de 2020

Um grupo de empresas de telecomunicações, entre elas fabricantes de equipamentos de infraestrutura como a Nokia, Siemens e Huawei, e operadoras como a Telefónica (dona da Vivo no Brasil) lançou nesta terça-feira (15) um manifesto onde pedem aos países que dediquem toda a faixa de frequências de 6 GHz, ou ao menos parte dela, para o serviço de telefonia celular em redes 5G.

A frequência já é usada para links de micro-ondas e serviços fixos de satélite, mas as empresas argumentam que a tecnologia 5G já apresentou avanços no tratamento de potenciais interferências.

As empresas pedem que ao menos a porção superior, entre 6.425 e 7.125 MHz, seja reservada para o 5G. Esse assunto será abordado na Conferência Mundial de Radiocomunicação de 2023 (WRC-23) para a Região 2 do planeta, que abrange o mercado europeu. Mas elas consideram que esse caminho seria o melhor também para outros países, incluindo os da América Latina.

Um argumento é que a faixa de 6 GHz teria características similares às da faixa de 3,5 GHz, incluindo no tratamento para mitigar possíveis interferências com serviços via satélite. Isso significaria também a possibilidade de se aproveitar estudos feitos em qualquer região.

Falando em nome dos principais fornecedores, incluindo Huawei, Nokia e ZTE, a diretora de relações de governo e indústria da Ericsson, Erika Tejedor, afirma: “claro que o 6 GHz é mais alto, o que significa que a propagação é pior [que em 3,5 GHz], mas isso pode ser compensado por tecnologia de 5G NR, então achamos que podem ter coberturas similares. Achamos que seria um complemento muito bom no futuro, já que o 3,5 GHz não seria suficiente em longo prazo.”

“O 6 GHz é um candidato para frequências de 5G porque tem boa propagação, tem capacidade e cobertura com essa banda e podemos ter mitigação na maior parte dos cenários”, declara Zeng Fansheng, vice-diretora da divisão de planejamento de frequência do departamento de regulação de rádio no Ministério da Indústria e TI da China. Ela lembra que os serviços de satélite utilizam a faixa apenas para uplink (envio de dados), o que também facilitaria a resolução de problemas.

A China está conduzindo pesquisas para revisar a tabela de alocação de frequências identificando toda a porção de 5.925-7.125 MHz para o serviço de telefonia móvel. A previsão é que testes de tecnologias, funções, radiofrequência, desempenho, interfaces e Internet das Coisas sejam conduzidos em 2021.

Atualmente as duas principais tecnologias para redes 5G são a sub-6 GHz, com melhor alcance, porém velocidade mais baixa, e a milimeter wave (mmWave), que tem altíssima velocidade, mas alcance muito curto, de algumas dezenas de metros.

No Brasil as primeiras redes “5G” em operação usam uma tecnologia chamada DSS, que compartilha frequências com as redes 4G já existentes. O leilão de frequências para as redes 5G “de verdade” só acontecerá no segundo semestre de 2021.


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