quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

Reino Unido pede que pacientes com histórico alérgico grave evitem tomar vacina da Pfizer

Reino Unido pede que pacientes com histórico alérgico grave evitem tomar vacina da Pfizer

Dois trabalhadores do setor da saúde tiveram reações depois de receber a injeção. Durante os ensaios clínicos não se observaram esses efeitos

RAFA DE MIGUEL
09 DEC 2020 - Londres

O diretor do Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido, Simon Stevens, observa um paciente receber a vacina da Pfizer, nesta terça-feira, no Hospital Guy, em Londres.VICTORIA JONES / AFP

A Autoridade Reguladora de Medicamentos Britânica (MHRA, na sigla em inglês) enviou uma nota de advertência aos hospitais que distribuem as vacinas Pfizer e BioNTech nesta quarta-feira para que evitem a imunização de pacientes com histórico relevante de reações alérgicas a outras vacinas, medicamentos ou alimentos. Dois membros de equipes da saúde sofreram reações anafilactoides depois de receberem a injeção na terça-feira, segundo Stephen Powis, diretor nacional médico do Serviço Nacional de Saúde (NHS), embora “estejam se recuperando de forma satisfatória”.

Por histórico relevante o MHRA entende casos graves, como os de pacientes que já sofreram reações anafilactoides ou aqueles que precisam portar um autoinjetor de adrenalina, como era o caso dos dois trabalhadores da saúde afetados. O órgão acrescenta ainda que a vacinação deve ser realizada apenas em instalações onde haja meios de reanimação.

“Como é comum com novas vacinas, a MHRA recomendou como medida de precaução que os pacientes com histórico relevante de reações alérgicas não recebam a vacina, depois que duas pessoas com esse histórico responderam de modo adverso à aplicação”, explicou Powis. Questionada sobre isso, uma porta-voz da Pfizer citada pela BBC disse que a MHRA emitiu o alerta como medida de precaução enquanto realiza uma investigação sobre cada caso e suas causas.

A porta-voz da empresa farmacêutica afirmou que o medicamento foi “bem tolerado” durante o ensaio clínico em três fases, e que o comitê de monitoramento independente não relatou graves problemas de segurança. Mais de 44.000 pessoas participaram do ensaio até o momento, das quais mais de 42.000 receberam uma segunda dose. A diretora executiva da MHRA, June Raine, explicou que a reação alérgica não foi um efeito colateral observado nos testes.

O Reino Unido iniciou sua campanha de vacinação em massa na terça-feira, após ser o primeiro país europeu a autorizar oficialmente a vacina contra a covid-19 desenvolvida pela Pfizer e BioNTech. Cinquenta hospitais de todo o país distribuem as doses que já chegaram ao território britânico (cerca de 800.000) a pessoas com mais de 80 anos e ao pessoal da saúde na linha de frente do combate à doença. O NHS telefona para os pacientes e os convoca para o dia seguinte. Após a aplicação da primeira dose (o tratamento inclui duas), cada pessoa recebe um cartão-lembrete com a data prevista para a próxima injeção, 21 dias depois.

As autoridades de saúde estabeleceram desde o início que a prioridade seriam os idosos de asilos, as grandes vítimas da trágica primeira onda. Mas esse esforço atrasou por causa da necessidade de manter a vacina a -70°C e das complicações na hora de fracionar em carregamentos menores as 975 doses que cabem em cada geladeira portátil.

Fonte: El País

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