terça-feira, 2 de março de 2021

Pandemia não deve acabar neste ano, alerta OMS

Pandemia não deve acabar neste ano, alerta OMS

"Seria irrealista acreditar que acabaremos com o coronavírus até o final deste ano", diz especialista da Organização Mundial da Saúde. Apesar de avanços na vacinação, vírus ainda está "no controle", aponta.

DW
02.03.2021

Enterro de vitima do coronavírus no Rio de Janeiro

Apesar dos avanços na vacinação, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou nesta segunda-feira (01/03) que é irrealista pensar que a pandemia de covid-19 terminará até o fim deste ano.

O diretor de emergências sanitárias da agência, Michael Ryan, avalia que a imunização de grupos de risco ajudará a diminuir a pressão sobre hospitais, mas que o coronavírus ainda está "no controle".

"Seria prematuro e irrealista acreditar que acabaremos com o vírus até o final deste ano, mas acho que podemos acabar com as internações e mortes, acabar com a tragédia associada à pandemia", declarou Ryan em entrevista coletiva. "O principal objetivo agora é manter a transmissão do vírus tão baixa quanto possível", acrescentou.

O diretor destacou o aumento global do número de novos casos registrado na semana passada, após seis semanas consecutivas de queda, e disse que a situação mostra que o coronavírus ainda está no controle da pandemia.

"Se as vacinas começarem a ter impacto, não apenas nas mortes e nas internações, mas também na dinâmica de transmissão, então acho que vamos acelerar o controle da pandemia", avaliou Ryan, apontando que ainda há um "forte desafio" a ser enfrentado.

Aumento de infecções no mundo
A OMS registrou na semana passada um aumento no números de casos de covid-19 na Europa, nas Américas, no Sudeste Asiático e no Mediterrâneo Oriental. Segundo o diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus, esse desenvolvimento é "decepcionante, mas não surpreende".

"Parte disso se deve ao relaxamento de medidas de saúde pública, à circulação contínua de variantes e a pessoas baixando a guarda", afirmou Ghebreyesus. "As vacinas ajudarão a salvar vidas, mas se os países confiarem apenas nos imunizantes, estão cometendo um erro. Medidas de saúde pública básicas continuam sendo a base da resposta."

"Seria prematuro e irrealista acreditar que acabaremos com o vírus neste ano", diz Ryan

A líder técnica para covid-19 da OMS, Maria van Kerkhove, ressaltou também que o aumento de casos registrado na semana passada indica que o vírus pode recuperar forças se sua transmissão não for evitada.

Ghebreyesus lembrou ainda o objetivo da OMS de começar a vacinação em todos os países do mundo nos primeiros 100 dias do ano, o que significa que restam 40 dias par alcançar a meta.

Ele disse também que até ao fim de maio serão entregues 237 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 a 142 países por meio do Covax – um programa apoiado pelas Nações Unidas para a compra e distribuição de imunizantes ao redor do mundo, visando um acesso mais igualitário e priorizando países pobres.

Críticas à corrida das vacinas
Nesta segunda, Gana e Costa do Marfim foram os primeiros países do mundo a começar a vacinar os profissionais de saúde com doses fornecidas através do Covax.

"É encorajador ver trabalhadores da saúde dos países mais pobres começarem a ser vacinados, mas é lamentável que isto aconteça quase três meses depois de alguns dos países mais ricos terem iniciado as suas campanhas de vacinação", afirmou Ghebreyesus.

O diretor-geral criticou ainda o fato de alguns países continuarem a dar prioridade à vacinação de adultos mais jovens, mais saudáveis e com menor risco de doença diante da carência da imunização de profissionais de saúde e idosos em nações mais pobres. Ghebreyesus disse que a luta contra a covid-19 não se trata de uma competição entre os países.

"Não estamos pedindo aos países que ponham as suas próprias populações em risco. Estamos pedindo a todos os países que façam parte de um esforço global para reprimir o vírus em todo o mundo", acrescentou Ghebreyesus.

A pandemia de covid-19 já deixou mais de 2,5 milhões de mortos em todo mundo, e mais de 114 milhões de casos da doença já foram registrados, segundo dados compilados pela Universidade Johns Hopkins.

cn/lf (EFE, AFP, Lusa, ots)

Fonte: DW

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