terça-feira, 22 de outubro de 2013

Pesquisa científica paulista recebe mais de R$1 bi da Fapesp

Pesquisa científica paulista recebe mais de R$1 bi da Fapesp
laboratório
A FAPESP destinou mais de R$ 1,03 bilhão à pesquisa produzida no Estado de São Paulo em 2012, montante 10% superior ao ano anterior. O desembolso foi direcionado a 29.905 bolsas e auxílios à pesquisa vigentes no ano. Esse número inclui projetos de pesquisa com contratos assinados em 2012 e que receberam recursos no mesmo exercício e aqueles contratados em anos anteriores, ainda em andamento no ano.
Seguindo o critério de seleção por avaliação de pares, a Fundação contratou 13.311 novas contratações de projetos, volume 7% superior ao de 2011. Esses são alguns dos dados que poderão ser consultados no Relatório de Atividades 2012 da FAPESP, que será lançado nesta quinta-feira (17/10), às 16h, na sede da Fundação.

Na linha regular, que representa os meios tradicionais e permanentes de fomento da FAPESP, foram contratadas 7.601 bolsas e 4.292 auxílios à pesquisa. Com os projetos vigentes nessa linha de fomento foram gastos R$ 805,92 milhões – 78% do desembolso total da Fundação e 26% a mais que 2011. Em comparação com 2011, a FAPESP destinou 20% a mais recursos para bolsas, chegando a R$ 368,90 milhões. Para auxílios regulares, os recursos foram ampliados em 31%, chegando a R$ 437,02 milhões.
No âmbito dos Programas Especiais, que induzem a pesquisa em áreas fundamentais para superar carências do Sistema de Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo, foram contratados 1.227 novos projetos. Os projetos vigentes nessa linha em 2012 receberam R$ 152,35 milhões.
Entre os Programas de Pesquisa para Inovação Tecnológica, que apoiam pesquisas com potencial de desenvolvimento de novas tecnologias ou que contribuam para a formulação de políticas públicas, foram contratados 191 novos projetos. O gasto com projetos vigentes nessa linha de fomento foi de R$ 76,92 milhões.
Saúde é a área do conhecimento que, tradicionalmente, recebe o maior volume de recursos por concentrar um grande volume de pesquisadores do Estado de São Paulo. Em 2012, pesquisas nessa área receberam R$ 308,36 milhões, 20,95% a mais que em 2011 e o equivalente a 29,79% do total desembolsado pela FAPESP. Outras áreas que concentram maior volume de investimento são Biologia (17,11%), Engenharia (10,59%), Ciências Humanas e Sociais (10,40%) e Agronomia e Veterinária (9,41%). Embora Ciência e Engenharia da Computação não esteja entre as áreas com maior desembolso, em 2012 recebeu recursos 58,11% superiores a 2011, num total de R$ 17,5 milhões.
As universidades e instituições de pesquisa que concentram grupos de pesquisas nessas áreas são as que recebem o maior volume de recursos. Em 2012, projetos coordenados por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) receberam 47,78% do desembolso da FAPESP. A Universidade Estadual Paulista (Unesp), a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e instituições federais com sede no Estado receberam pouco mais que 13% dos recursos cada uma.


Nova classificação
A partir da edição 2012 do relatório anual de atividades da FAPESP, a fundação adotou uma nova classificação dos objetivos do fomento. Os programas que até 2011 eram agrupados como Apoio à Formação de Recursos Humanos (bolsas), Apoio à Pesquisa Acadêmica e Apoio à Pesquisa Voltada a Aplicações passam a ser agrupados nas seguintes categorias: Apoio ao Avanço do Conhecimento, Apoio à Pesquisa com Vistas a Aplicações e Apoio à Infraestrutura de Pesquisa.
“Avaliamos que a classificação anterior poderia induzir a uma compreensão incompleta sobre a aplicação dos recursos da FAPESP e os resultados esperados dos projetos apoiados. Por isso, a nova denominação não é apenas uma mudança de nomenclatura. É um reagrupamento que busca facilitar a compreensão sobre quais pesquisas apoiadas pela FAPESP possibilitam aplicações visíveis, em curto e médio prazos, quais geram o conhecimento necessário para a construção de futuras aplicações e quais asseguram a infraestrutura necessária para a continuidade das pesquisas, de qualquer natureza”, diz Celso Lafer, presidente da FAPESP.
Com a mudança, a FAPESP agrupou como Apoio ao Avanço do Conhecimento os programas que qualificam a formação de recursos humanos e estimulam a pesquisa acadêmica tais como bolsas e auxílios regulares, auxílios temáticos, Jovem Pesquisador, São Paulo Excellence Chairs (SPEC) e Capacitação Técnica.
O Apoio à Pesquisa com Vistas a Aplicações compreende os programas que têm claros objetivos de aplicação com interesse econômico e social. Por isso, o investimento em pesquisa nas áreas de Agronomia e Veterinária, Saúde e Engenharia, que quase inevitavelmente resultam em aplicação, faz parte dessa categoria, assim como o Programa FAPESP de Pesquisa em Bionergia (BIOEN), o Programa de Pesquisas em Caracterização, Conservação, Recuperação e Uso Sustentável da Biodiversidade do Estado de São Paulo (BIOTA), o Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG), os Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID), a Cooperação Interinstitucional de Apoio a Pesquisas Sobre o Cérebro (CInAPCe), o Programa de Melhoria do Ensino Público, o Programa José Reis de Incentivo ao Jornalismo Científico (MídiaCiência), o Programa de Pesquisas em Políticas Públicas, o Programa FAPESP Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), o Programa de Apoio à Pesquisa em Parceria para Inovação Tecnológica (PITE) e o Programa de Apoio à Propriedade Intelectual (PAPI).
O Apoio à Infraestrutura de Pesquisa compreende os recursos desembolsados para assegurar a infraestrutura necessária para a continuidade das pesquisas do Estado de São Paulo. O desembolso é feito por meio do Programa de Apoio à Infraestrutura de Pesquisa e seus subprogramas.
O relatório traz uma série histórica dos valores desembolsados e da distribuição porcentual do desembolso para cada objetivo do fomento, compreendendo o período de 1992 a 2012.
No exercício de 2012, a FAPESP destinou R$ 546,08 milhões (53% do total do seu desembolso) ao apoio à pesquisa com vistas à aplicação, R$ 382,50 milhões (37%) ao apoio ao avanço do conhecimento e R$ 106,61 milhões (10%) ao apoio à infraestrutura de pesquisa.

Relações internacionais
Os pesquisadores com projetos apoiados pela FAPESP são incentivados a desenvolver colaborações internacionais por meio de modalidades específicas de intercâmbio científico, por meio das oportunidades geradas pelos acordos de cooperação e de eventos que a FAPESP tem realizado no exterior para aproximar cientistas com interesses comuns de pesquisa.
A FAPESP recebeu a visita de sete delegações governamentais e de instituições de pesquisa interessadas em estabelecer parcerias para apoio a pesquisas colaborativas entre pesquisadores de São Paulo e de seus países, em áreas diversas.
A FAPESP encerrou 2012 contabilizando 65 acordos ativos de cooperação científica com organizações de 14 países. Desse total, quatro são com empresas (três norte-americanas e uma britânica), 22 com agências de fomento à pesquisa e 39 com universidades e instituições de pesquisa. Dos 65 acordos, 22 foram assinados em 2012 e outros 43 foram assinados em anos anteriores e estavam vigentes no ano. Das 22 parcerias estabelecidas no ano, seis são com agências de fomento e 16 com instituições de ensino superior e pesquisa.
Em 2012, 1.947 projetos da Linha Regular são de intercâmbio científico. Foram contratadas 903 bolsas no exterior, sendo 717 delas na modalidade Bolsa de Estágio de Pesquisa no Exterior (BEPE). Os brasileiros beneficiados com a BEPE escolheram como seus principais destinos os Estados Unidos, Canadá, Austrália e países europeus como França, Inglaterra, Espanha, Portugal e Alemanha.
Na visão da FAPESP, no entanto, internacionalizar não significa apenas mandar brasileiros para o exterior, mas também trazer estrangeiros para o Brasil. Em 2012, a Fundação possibilitou a vinda de 254 pesquisadores visitantes do exterior e registrou 15% de estrangeiros entre os bolsistas de pós-doutorado no país.
A FAPESP também tem interesse em trazer ao país pesquisadores com grande liderança acadêmica internacional. Um programa-piloto, o SPEC, foi criado em 2012 para atrair para o país cientistas de renome, a fim de que coordenem projetos temáticos em sua área de atuação em universidades e laboratórios paulistas. Em 2012, foram selecionados dois projetos na área de Biologia. Um deles tem a coordenação do casal de cientistas Victor e Ruth Nussenzweig, brasileiros radicados nos Estados Unidos desde a década de 1960, que se tornaram referência internacional na busca de vacinas e tratamentos contra a malária. Outro é da brasileira Andréa Dessen de Souza e Silva, que desde 2000 lidera um grupo de pesquisa de patogenia bacteriana do Instituto de Biologia Estrutural de Grenoble, na França.
No ano, a FAPESP realizou ainda dois importantes eventos no exterior para divulgar o que os cientistas por ela apoiados têm produzido, em especial em projetos de cooperação internacional, e para ampliar a colaboração com cientistas de instituições de ensino superior e pesquisa de outros países. Em outubro do ano passado, a Fundação realizou a FAPESP Week 2012 em quatro cidades da América do Norte (Toronto, Cambridge, Washington e Morgantown). No mês de dezembro, realizou o Fronteras de La Ciência em duas cidades espanholas (Salamanca e Madri).
Para Celso Lafer, o empenho para aumentar o intercâmbio gera e amplia conhecimento em todas as áreas em que ele ocorre. “Além disso, no mundo contemporâneo, a ciência é uma atividade que depende mais e mais do esforço de cooperação transfronteiras, inclusive porque muitos dos fenômenos mais importantes com que ela se depara ocorrem internacionalmente”, diz o presidente da FAPESP.

Lançamento oficial e exposição Tomie
O lançamento do Relatório de Atividades 2012 da FAPESP ocorrerá simultaneamente à inauguração da exposição de 27 reproduções de obras da artista plástica Tomie Ohtake, que ilustram a publicação. A exposição Tomie permanecerá aberta ao público interessado até 8 de novembro de 2013, das 9h às 17h.
Tomie, que completa 100 anos no dia 21 novembro, passa a compor a lista de artistas plásticos homenageados pela Fundação desde 2005. Em oito anos o relatório já foi ilustrado por obras de Francisco Rebolo, Aldo Bonadei, Lasar Segall, Tarsila do Amaral, Candido Portinari, Anita Malfatti e Arcangelo Ianelli.
Nascida em Kyoto, Japão, Tomie viajou ao Brasil para visitar um irmão quando tinha 23 anos. Radicou-se em São Paulo, adotou a cidadania brasileira e se tornou uma das mais importantes artistas do Brasil. Sua obra, constituída por pinturas, gravuras e esculturas, é reconhecida internacionalmente como uma das mais representativas do abstracionismo contemporâneo.
Fonte: Info

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