quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Máquina de fazer água criada por engenheiro vira 'arma' contra seca em SP

Máquina de fazer água criada por engenheiro vira 'arma' contra seca em SP

Efe
Wateair 
 A Wateair é capaz de gerar 5 mil litros de água potável por dia através de um processo de condensação da umidade do ar
O engenheiro Pedro Ricardo Paulino desenvolveu uma máquina capaz de gerar 5 mil litros de água potável por dia através de um processo de condensação de alta eficiência que consegue captar a umidade presente no ar e a submeter a um processo de potabilização para o consumo humano.
Especializado em mecatrônica, Paulino é o criador da máquina "Wateair", a junção das palavras em inglês "water" (água) e "air" (ar), e desde 2010 vendeu 200 unidades do equipamento, que ganhou protagonismo nas últimas semanas devido à crise da falta d'água em São Paulo.

"Tudo o que a máquina precisa para funcionar é uma fonte de energia elétrica e a umidade do ar superior a 10% (recomendação mínima da Organização Mundial da Saúde, OMS)", explicou Paulino em entrevista à Agência Efe.
De acordo com o engenheiro, esta tecnologia absorve a umidade presente no ar graças a um "equipamento de alta eficiência"; condensa e filtra a água e, no último passo, o líquido passa por um processo para se tornar potável no qual recebe cálcio, magnésio, potássio e silício.
"Não faz diferença se o ambiente está poluído ou não já que no vapor de água não ficam partículas sólidas", acrescentou o engenheiro, que garantiu ter investido cerca de US$ 1 milhão do seu próprio bolso nos últimos quatro anos para desenvolver o aparelho.
A invenção é oferecida em duas versões: uma capaz de gerar 15 litros por dia, do tamanho dos típicos filtros de água para escritórios, e outra capaz de gerar cinco mil litros por dia.
"Antes, os clientes eram escolas ou pessoas que precisavam de água potável em menor quantidade. Agora, vendemos nossas máquinas a restaurantes e farmácias, por exemplo. Há uma grande variedade de clientes", destacou.
Segundo o seu inventor, a versão mais básica custa R$ 7 mil e a mais cara R$ 350 mil.
"Um dos nossos desafios é conseguir reduzir os custos. Estamos trabalhando para melhorar a eficiência dos nossos equipamentos e a eficiência energética. Outro problema que temos é a importação das peças. Temos que trazê-las de oito países diferentes e isso também influencia no preço", ressaltou.
Segundo Paulino, o preço de um litro de água produzida com sua máquina é de R$ 0,17. Este valor implica em que produzir um metro cúbico de água com a máquina custa R$ 170, enquanto a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) oferece esse mesmo volume por R$ 7,25.
De acordo com a edição 2014 do Relatório de Riscos do Fórum Econômico Mundial, a água representa o terceiro maior problema do planeta depois da crise fiscal nas principais economias mundiais e dos altos níveis de desemprego e subemprego.
Segundo um estudo apresentado este ano pela ONU sobre os recursos hídricos no mundo, cerca de 768 milhões de pessoas não têm acesso a uma boa fonte de provisão de água - aquela que protege apropriadamente a água da contaminação exterior. O mesmo relatório também prevê que a necessidade mundial de água (em termos de extração) crescerá 55% até 2050, devido ao aumento da demanda da produção (400%), geração de energia térmica (140%) e consumo doméstico (130%).
Ainda segundo essas previsões, mais de 40% da população global viverá em regiões com severos problemas hídricos.
Paulino garante que sua invenção pode resolver estes problemas se combinada a métodos usados na atualidade.
O engenheiro já recebeu, inclusive, uma encomenda de um país do Oriente Médio para implantar este sistema como substituto de uma turbina de dessalinização de água. A ideia é usá-lo como experiência para testar uma versão maior de sua invenção, capaz de gerar "milhões" de litros de água.

Fonte: Info

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