terça-feira, 2 de dezembro de 2014

População dará, pela internet, sugestões para projeto de casa do futuro

População dará, pela internet, sugestões para projeto de casa do futuro

casa-futuro
Com investimento de R$ 5 milhões, financiados por meio do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento da Agência Nacional de Energia e Elétrica (Aneel), foi lançada no Rio de Janeiro a plataforma de crowdsourcing (fonte de informações advindas do público) para o projeto Nós Vivemos o Amanhã (NO.V.A). Inédito no Brasil, o projeto é resultado de parceria entre a distribuidora de energia Ampla, a prefeitura de Niterói, a Fundação Getulio Vargas e a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e objetiva construir uma moradia do futuro, que será sustentável.
O professor titular do Departamento de  Engenharia Elétrica do Centro Técnico Científico (CTC) da PUC-RJ, Reinaldo Castro, disse hoje (1º) à Agência Brasil que a iniciativa vai além de projetos convencionais, que cuidam da sustentabilidade somente sob o ponto de vista  energético.  "Ele não é um desenho de arquitetos e especialistas de energia, mas vai nascer das manifestações das pessoas sobre o que gostariam de ver nas suas residências. A partir daí, o projeto é construído. Esse é um diferencial".
Castro destacou que o NO.V.A. tem uma ambição maior porque, uma vez definido o projeto em si, que passará por arquitetos, antropólogos, engenheiros e especialistas em energia, ele será construído fisicamente em um espaço que foi doado pela prefeitura de Niterói ao lado da Concha Acústica, em um ambiente que  vai ter, também, a questão do lazer.
Além disso, depois que a casa estiver construída, serão colocadas ali famílias que apresentem característica similar às que serão desenvolvidas  na plataforma. Elas viverão nessa casa do futuro e poderão acompanhar, como em um reality show, qual é a sua reação em relação  às facilidades e modernidades que nascerão desse levantamento feito com os usuários por meio do crowdsourcing. Castro informou que o NO.V.A. foi inspirado  em projeto similar desenvolvido pela montadora Fiat para o carro do futuro, ainda não implementado.
"O objetivo é encontrar soluções inovadoras que melhorem as nossas vidas no futuro baseadas em nossos problemas, expectativas e necessidades de hoje. A ideia é reproduzir, dentro de uma moradia que será construída por nós, soluções para problemas que nos afligem hoje. Serão sugestões para a construção e também para o que ficará dentro desse espaço: quais produtos e com quais funções", disse a diretora de Comunicação da Ampla,  Janaina Vilella.
A plataforma estará ativada para coleta de informações com a população até o final do primeiro semestre de 2015. A construção da moradia  tem previsão de conclusão em 2016. Ela será projetada pelo escritório de arquitetura Studio Arthur Casas. Castro disse que foi iniciada negociação com os fabricantes de materiais para que participem do projeto como investidores, tendo em contrapartida seus produtos  estampados na casa.
Para o vice-prefeito de Niterói, Axel Grael, o projeto "traz várias tecnologias disponíveis mas que, para muita gente, ainda parecem ficção científica". Ele salientou que o projeto mostrará de que forma uma pessoa pode ter sua casa com eficiência energética e como poderá cumprir a legislação de Niterói para reciclagem de água, em vigor desde 2011, por exemplo. "Todas as construções são obrigadas a implantar equipamentos para reutilização de água, tanto água pluvial, como esgoto". O vice-prefeito acredita que a iniciativa  fará com que essas tecnologias se tornem mais acessíveis às pessoas.
Grael lembrou que a Concha Acústica, onde será construída a moradia do futuro,  além de ser um local de fácil acesso e visibilidade, fica em  uma local onde a prefeitura está desenvolvendo uma operação urbana consorciada, semelhante ao Porto Maravilha, no Rio de Janeiro. "É uma região que vai ser toda renovada, com investimentos bastante significativos nos equipamentos urbanos. Esse projeto é ainda mais interessante no contexto da renovação urbana", assegurou à Agência Brasil.
Um comitê avaliador, integrado por representantes da Ampla e das universidades, entre outros, definirá as ideias, entre as  propostas pela população, que serão implantadas.
Editor Fábio Massalli

Fonte: Info

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