Cientistas apresentam projetos de chips para melhorar rendimento intelectual

Cientistas apresentam projetos de chips para melhorar rendimento intelectual

EFE | BARCELONA 29 ABR 2015

A estimulação cerebral com eletrodos aplicada sem dor será uma prática habitual em dez anos para melhorar o rendimento intelectual, e a implantação de chips no cérebro permitirá que deficientes escrevam com a mente e se curem de algumas doenças neurológicas.

Esses são alguns dos avanços nos quais trabalham os neurocientistas, que nesta quarta-feira expuseram essas novidades na apresentação do evento sobre estimulação cerebral B·Debate, realizado na cidade espanhola de Barcelona.

Neurocientistas apresentaram projetos de chips para melhorar rendimento intelectual no evento B·Debate, em Barcelona. EFE/Alejandro García
Neurocientistas apresentaram projetos de chips para melhorar rendimento intelectual no evento B·Debate, em Barcelona. EFE/Alejandro García

Segundo os especialistas, a estimulação cerebral sem dor através de eletrodos poderá melhorar o rendimento mental das pessoas, assim como o café ou outras bebidas energéticas, e poderão inclusive estimular com padrões personalizados.

Entre os avanços próximos para pacientes com paralisias estão "poder escrever mensagens de texto e controlar outros dispositivos com o implante de um chip no cérebro", explicou a neurocientista Mavi Sánchez Vives.

Além disso, os chips "poderão registrar a atividade cerebral, analisá-la em linha e escrever pensamentos e até mesmo navegar 'online'".

De acordo com Sánchez, a neuroestimulação elétrica de determinadas regiões do cérebro já mostrou benefícios ao tratar os sintomas de uma depressão, bloquear os ataques de uma epilepsia, induzir a recuperação de um acidente vascular cerebral e controlar os tremores do Parkinson.

Ao longo dos próximos dez anos também haverá o avanço das próteses sensoriais e visuais, que gerarão estímulos na crosta cerebral e poderão proporcionar informação visual a cegos.

A cientista se mostrou a favor do uso de aplicativos móveis para controlar atividades cerebrais como o sonho, mas alertou que "é preciso ir com cuidado em relação às estimulações no cérebro, já que não se sabem os efeitos a médio e longo prazo".

Na opinião de Sánchez, a vida dos pacientes com paralisias ou doenças que não os permitem se comunicar com o exterior "pode melhorar muito ao longo destes anos".

A especialista diferenciou dois tipos de tecnologia aplicáveis: a não invasiva, que pode ser utilizada para uso lúdico, já que não envolve afetação ao cérebro; e a invasiva, que requer neurocirurgia e "só é justificada no caso de pacientes".

Fonte: EFE

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