terça-feira, 12 de maio de 2015

Coppe-UFRJ usará ressonância magnética nuclear em pesquisas de petróleo

Coppe-UFRJ usará ressonância magnética nuclear em pesquisas de petróleo

Criado em 11/05/15 20h42 e atualizado em 11/05/15 21h34 
Por Alana Gandra Edição:Fábio Massalli Fonte:Agência Brasil

Um equipamento de ressonância magnética nuclear, desenvolvido com tecnologia nacional, será utilizado para  monitoramento e exploração de poços de petróleo pelo Laboratório de Engenharia de Poços e Engenharia Mecânica do Instituto Alberto Luiz Coimbra da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe-UFRJ). A instituição já tem parcerias com a  Petrobras,  a BR, a Petrogal para a utilização da tecnologia.

Plataforma de petróleo
O projeto do equipamento de ressonância magnética nuclear que será usado em poços de petróleo teve financiamento de R$ 1,8 milhão da Finep Divulgação/Petrobras

O aparelho Specfit foi inteiramente desenvolvido no Brasil pela empresa Fine Instrument Technology (FIT) e adquirido pelo Programa de Planejamento Energético da Coppe com recursos da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), informou hoje (11) o coordenador do programa, professor Maurício Arouca. O projeto teve financiamento de R$ 1,8 milhão da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do Ministério da Ciência,Tecnologia e Inovação, para o desenvolvimento da tecnologia.

O equipamento será usado no desenvolvimento de aplicações de ressonância para monitoramento e exploração dos poços de petróleo. Segundo Arouca, essa será a primeira vez que serão feitas aplicações de ressonância em laboratório. “Esse é o primeiro [aparelho] feito no Brasil com essa finalidade”, confirmou.

Atualmente, existem aplicações de ressonância na exploração de petróleo por uma única empresa no mundo (Schlumberger), mas com instrumentos dentro dos poços. O Laboratório de Engenharia de Poços pretende utilizar o Specfit para trabalhar com empresas que atuam na exploração de petróleo no Brasil.

O professor explicou que a ressonância é uma tecnologia nova no mundo. O primeiro equipamento comercial, da empresa norte-americana GE e da alemã Siemens, foi feito em 1983 e voltado para a área da saúde. “Agora, está se começando a fazer uma série de aplicações para outras áreas, como alimentos, segurança e petróleo”.

A perfuração e a operação dos poços de petróleo demandam o desenvolvimento de tecnologias para extrair petróleo de dentro da rocha. Para isso, é necessário conhecer a estrutura interna da rocha, o que existe lá dentro, se é água, gás, petróleo, e quais são as condições que devem ser provocadas para que o petróleo saia mais facilmente.

“A ressonância é usada para você conseguir ler o que está acontecendo na rocha. Sabendo o comportamento dela, você pode aplicar determinadas tecnologias para aumentar a produção”, informou Arouca. Ele estimou que o aumento de apenas 1% na produção de um poço de petróleo significa “muito valor que você agrega à operação”.

Integrantes da comissão parlamentar de inquérito (CPI) que investiga irregularidades na Petrobras fazem uma visita técnica à sede da empresa no Rio (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
A Petrobras é uma das empresas do ramo do petróleo que já tem parceria para utilização do aparelho para monitoramento e exploração de poços de petróleo Tânia Rêgo/Agência Brasil

Outra aplicação do equipamento de ressonância Specfit é no monitoramento do poço, porque o conhecimento em tempo real do que está ocorrendo dentro do local pode dar às empresas condições de prever se o poço vai entrar em colapso dentro de algum tempo. “Você já antecipa as providências de reparo, para não ficar com o poço parado durante meses, porque isso seria um prejuízo gigantesco”.

O equipamento começou a ser montado e será inaugurado a partir do próximo dia 20, quando começarão a ser testadas amostras de rochas. Arouca disse que, “a grosso modo”, a técnica da ressonância complementa a técnica de raios X, que retrata os elementos sólidos da rocha.

“[Com o raio X] você não consegue pegar os líquidos que estão lá dentro, como óleo, gás e água. E a ressonância é exatamente o contrário. Ela dá uma noção muito boa de tudo que tem hidrogênio”. Com as duas informações, é possível reproduzir a rocha virtualmente, facilitando descrever o que ocorre a cada intervenção que é feita nesse material.

Fonte: Agência Brasil

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