quinta-feira, 7 de abril de 2016

Desperdício de alimentos contribui para mudanças climáticas

Desperdício de alimentos contribui para mudanças climáticas

Divulgação via Fotos Públicas
Grãos de soja em uma fazenda do Paraná
Grãos de soja em uma fazenda do Paraná: países mais ricos tendem a consumir mais alimentos do que é saudável ou simplesmente desperdiçá-los, enfatizaram

Barcelona - Reduzir o desperdício de alimentos em todo o mundo ajudaria a conter as emissões de gases de efeito estufa, diminuindo parte dos impactos da mudança climática, como os eventos climáticos mais extremos e a elevação do nível dos mares, disseram cientistas nesta quinta-feira.
Até 14% das emissões geradas pela agricultura em 2050 poderiam ser evitadas administrando melhor o uso e a distribuição dos alimentos, de acordo com um novo estudo do Instituto Potsdam de Pesquisa de Impacto Climático (PIK, na sigla em inglês).
"A agricultura é um grande indutor da mudança climática, tendo representado mais de 20% das emissões globais totais de gases de efeito estufa em 2010", disse o co-autor Prajal Pradhan.
"Evitar a perda e o desperdício de alimentos, portanto, evitaria emissões de gases de efeito estufa desnecessárias e ajudaria a mitigar a mudança climática".
Entre 30 e 40% de toda a comida produzida no planeta nunca chega a ser consumida, porque se deteriora depois de ser colhida e durante o transporte ou porque é jogada fora por comerciantes e consumidores.
A expectativa é que a parcela de alimentos desperdiçados aumente drasticamente se economias emergentes como China e Índia adotarem hábitos alimentares ocidentais, entre eles um consumo maior de carne, alertaram os pesquisadores.
Países mais ricos tendem a consumir mais alimentos do que é saudável ou simplesmente desperdiçá-los, enfatizaram.
À medida que nações mais pobres se desenvolvem e a população mundial cresce, as emissões associadas ao desperdício de comida poderiam saltar do equivalente a 0,5 gigatonelada de dióxido de carbono por ano para algo entre 1,9 e 2,5 gigatoneladas anuais até a metade do século, mostrou o estudo publicado no periódico científico Environmental Science & Technology.
Muitos argumentam que reduzir o desperdício de alimentos e distribuir o excedente onde ele é necessário poderia ajudar no combate à fome em lugares que não têm o suficiente --especialmente levando em conta que as terras para expandir o cultivo são limitadas.
Os pesquisadores analisaram a necessidade de alimentos no passado e para cenários futuros diversos e descobriram que, embora a necessidade média de alimentos por pessoa permaneça quase constante nas últimas cinco décadas, a disponibilidade de alimentos cresceu rapidamente --levando a um aumento de mais de 300% nas emissões relacionadas ao excedente alimentar cada vez maior.

Fonte: EXAME

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