terça-feira, 12 de abril de 2016

Elon Musk atinge novo marco ao lançar foguete reutilizável

Elon Musk atinge novo marco ao lançar foguete reutilizável

Dana Hull e Julie Johnsson, da Bloomberg
 
Bloomberg
Elon Musk
Elon Musk: “os ingressos para os hotéis orbitais, para a Lua e para Marte custarão muito menos do que as pessoas imaginam”

Foi uma cena que parecia saída de um filme de ficção científica. Um foguete branco em forma de lápis se inclinou para baixo cortando um céu azul com névoa e pousou elegantemente em meio à fumaça.
Tudo isso em um barco-drone automatizado nas águas agitadas do Atlântico. Naquele momento, Elon Musk atingiu um novo marco em sua tentativa de dominar o espaço comercial e, um dia, enviar humanos a Marte.
Foi uma semana e tanto para Musk. Dias após a triunfal revelação do mais recente carro elétrico da Tesla, a SpaceX conquistou a internet quando vários milhares de pessoas se sintonizaram para assistir o lançamento do foguete Falcon 9 e, cerca de oito minutos depois, seu espetacular e inédito pouso no mar.
No centro de controle de missão da empresa em Hawthorne, na Califórnia, uma multidão de funcionários explodiu em aplausos. O presidente dos EUA, Barack Obama, e Buzz Aldrin, astronauta da missão Apollo que caminhou na Lua há cerca de meio século, foram alguns dos primeiros a enviar os parabéns, que chegaram de todo o mundo.
Com suas características bravatas, Musk logo fez coro: “Os ingressos para os hotéis orbitais, para a Lua e para Marte custarão muito menos do que as pessoas imaginam”, escreveu no Twitter.
Exagero ou não, poucos podem negar a importância simbólica do momento que anunciou uma nova era de foguetes acessíveis e reutilizáveis e ao mesmo tempo recuperou o entusiasmo e o drama das filmagens na Lua e das primeiras idas ao espaço, uma geração atrás.
Novata atrevida
“Este é o visual dramático da nova era espacial”, disse Marco Cáceres, analista sênior da consultoria Teal Group em Fairfax, Virgínia, nos EUA. “A Nasa vem tentando recriar a empolgação da era Apollo. Elon Musk acaba de conseguir isso”.
Há muito considerada uma novata atrevida que beliscava os calcanhares de gigantes aeroespaciais consolidadas, a Space Exploration Technologies Corporation chega aos 14 anos após sua fundação por Musk com a elevada -- e irreal, dizem muitos -- meta de revolucionar as naves espaciais e colonizar Marte.
Deixando as viagens ao planeta vermelho de lado, a SpaceX está perto de se tornar dominante no negócio da carga útil. A empresa planeja realizar 18 missões neste ano, o triplo do número de 2015.
Trata-se de uma meta altamente ambiciosa em um setor conhecido pelos atrasos e pelos contratempos. E o lançamento de sexta-feira -- para abastecer a Estação Espacial Internacional -- foi apenas o terceiro deste ano. Contudo, se a SpaceX atingir seu objetivo, mandará mais foguetes ao espaço do que qualquer uma de suas concorrentes dos EUA, da França, da Rússia e da China e atingirá um ritmo de lançamentos que não se vê desde o fim da Guerra Fria.
Pouso em drone
O lançador de foguetes que pousou no barco-drone na sexta-feira será levado a um porto e testado em terra; se tudo sair bem, ele poderá voar novamente já em junho. A expectativa de Musk é que no segundo semestre deste ano a SpaceX lance -- e recupere -- foguetes a cada duas ou três semanas.
“Nosso sucesso se concretizará, ironicamente, quando a coisa ficar chata”, disse Musk em entrevista coletiva com a Nasa, na sexta-feira. “Ou seja, quando disserem ‘ah, outro pouso, OK, nenhuma novidade’”.
Esse será um dia ruim para concorrentes como a europeia Arianespace, que opera o Ariane 5, e a United Launch Alliance, uma joint venture da Boeing e da Lockheed Martin.
Elas estão lutando para igualar os custos mais baixos da SpaceX e a vibração acelerada do Vale do Silício. Os foguetes reutilizáveis, antes ridicularizados pelas operadoras estabelecidas, e classificados como um delírio, agora estão no topo da agenda de todos.
O custo de um lançamento do Falcon 9 é de US$ 61,2 milhões, segundo o website da empresa. As empresas de lançamento estabelecidas levarão anos para igualar os custos de lançamento da SpaceX. O preço de lançamento de um foguete Atlas V, da ULA, que não é reutilizável, era de US$ 184 milhões há dois anos. A ULA conseguiu reduzir esse preço em um terço até aqui, mas o valor será de, no mínimo, US$ 100 milhões pelo menos até 2019.

Fonte: EXAME

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