quinta-feira, 14 de abril de 2016

UFF abre curso de Libras no Prolem

UFF abre curso de Libras no Prolem




O Programa de Línguas Estrangeiras Modernas da UFF ( Prolem) com a perspectiva de atender outras demandas da sociedade, amplia as possibilidades de comunicação com o recém inaugurado curso de Língua Brasileira de Sinais. As aulas, ministradas pela professora Mariana da Cunha Teixeira, acontecem às quintas-feiras, no horário das 10h às 13h, na sala 316, Bloco B, Campus do Gragoatá.
Voltado para proficiência em Libras e para a modalidade intérprete, o curso tem duração média de quatro anos, dividido em módulos de aproximadamente quatro meses. O primeiro módulo já possibilita um diálogo bem básico com uma pessoa com deficiência auditiva, e a partir do terceiro, o aluno consegue ter uma conversa mais aprofundada.
Em 2012, o módulo I,  Introdução a Libras, passa a integrar obrigatoriamente a grade dos cursos de licenciatura da UFF. “Essa aula, que já era importante para a inclusão social, pode também despertar o interesse dos alunos pelo aprofundamento na língua de sinais e fazer uma ponte com o curso de Libras que estamos oferecendo no Prolem”, ressalta a professora Mariana.
O curso de Libras apresenta um diferencial dos demais oferecidos pelo programa de línguas da UFF: não tem necessidade de apresentar o conteúdo de forma sequencial.  Por ser assim, os interessados podem fazer as inscrições para a língua de sinais durante o ano todo, mesmo com as aulas tendo sido oficialmente iniciadas no dia 10 de março. “Nas aulas da língua brasileira de sinais não se ensina por capítulos e o aluno já poderá falar desde a primeira aula o que aprendeu”, enfatiza o vice coordenador do Prolem e também estudante de Libras, Alexandre Arco e Flecha.
Eu acho que a Libras é importante não só na área de comunicação em que atuo, mas também para qualquer ser humano.” Afirma o vice-coordenador do Prolem e aluno de Libras Alexandre Arco e Flecha
A subcoordenadora do Sensibiliza - Núcleo de Acessibilidade e Inclusão da UFF,  Lucília Maria Machado, opina sobre a iniciativa do Prolem de abrir um curso de Libras: “Eu acho uma atitude muito importante, pois a quantidade de alunos surdos na universidade está crescendo e com isso cresce também a necessidade de intérpretes e de pessoas com quem eles possam se comunicar”.  De acordo com os dados do Censo de 2014, a UFF não possuía estudantes surdos em seus cursos, mas no último Censo, de 2015, já indica o total de 15 pessoas com deficiência auditiva estudando na universidade – duas na graduação e 13 na pós-graduação.
Professora de Libras há seis anos, Mariana da Cunha aponta para a diversidade do público que tem interesse no curso: professores de instituições de ensino público, que trabalham com comunicação e pessoas que gostam de línguas têm bastante interesse. Além disso, os próprios familiares do deficiente auditivo também se interessam em aprender o idioma para melhor interagir com ele.”   
Mariana, que iniciou seu trabalho com a língua de sinais na Coordenação de Educação à Distância (Cead), explica por que ainda não teve nenhum aluno surdo em suas turmas.  “Na UFF ainda não tive nenhum aluno deficiente auditivo, pois o Enem não prevê a língua portuguesa como a segunda língua dos surdos. O exame nacional do ensino médio reprova este candidato porque a estrutura da Língua Brasileira de Sinais é bem diferente da Língua Portuguesa. Por exemplo, não há flexões de verbos, preposições e conectivos. Por isso, o deficiente auditivo aprende a língua portuguesa só na modalidade escrita, num processo de decorar as palavras e os significados, gerando uma dificuldade de aprendizado muito grande”.
Como aluno do curso, Alexandre Arco e Flecha conta sobre as suas motivações para aprender o idioma: “Eu acho que a Libras é importante não só na área de comunicação em que atuo, mas também para qualquer ser humano. Porque uma vez que você vem a se deparar com um surdo na rua, você pode até salvar uma vida”, afirma.
Na opinião de Alexandre, um empecilho que pode surgir no aprendizado de Libras é a timidez do aluno: “Eu percebo que muitos se interessam pelo curso, mas têm vergonha. A língua requer um sistema de comunicação gestual, e nem todo mundo tem essa desinibição”. Assim, para o ensino de Libras, não basta apenas o professor ser qualificado, também o aluno deve estar aberto para receber e praticar as informações da língua brasileira de sinais.”
Libras é a primeira língua não oral oferecida pelo Prolem e integra o programa, que, atualmente, conta com outros seis cursos de idiomas: alemão, espanhol, francês, inglês, italiano e russo. As atividades estão abertas para todos os interessados, que devem ter idade acima de 16 anos e concluído o Ensino Fundamental, independente de vínculo com a universidade.
Por ser um curso de extensão, autossustentável, como todos os demais oferecidos pelo  Prolem, é pago e possui o custo total de R$740,00, por módulo, dividido em cinco parcelas de R$148,00 mensais. As aulas são ministradas presencialmente e o material utilizado (textos e vídeos aula) é fornecido pela universidade. Outras informações sobre o curso bem como dos demais cursos do Prolem podem ser encontradas em atendimento_prolem@vm.uff.br.

Fonte: UFF

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