segunda-feira, 2 de maio de 2016

Em vez de trocar seus eletrônicos, conserte

Em vez de trocar seus eletrônicos, conserte

Com controle de bateria e armazenamento, celulares e PCs podem durar por muitos anos
02/05/2016 | 16h29

 Por Brian X. Chen, do The New York Times - O Estado de S.Paulo 

Alguns anos atrás, Vincent Lai trabalhava em um centro de reciclagem em Nova York e estava triando uma caixa de celulares usados quando descobriu um Palm Treo, um smartphone cuja produção foi interrompida na década passada. Lai, de 49 anos, testou o Treo e descobriu que ainda funcionava. Então, levou o equipamento para casa e transformou-o em seu companheiro móvel, da mesma maneira que alguém adota um animal que está na fila para ser submetido a uma eutanásia.
“É assim que penso sobre vários dos meus equipamentos tecnológicos: resgatados no último minuto”, explica Lai, afirmando que foi demitido do centro de reciclagem depois de continuar a levar para casa aparelhos indesejados, contra a vontade de seu chefe. Agora, ele trabalha no Fixers Collective, um clube de Nova York que conserta equipamentos velhos para aumentar suas vidas úteis.
O comportamento de Lai pode ser extremo, mas sua experiência com o Palm Treo ilustra que há outra maneira de fazer as coisas: se você simplesmente fizer alguma manutenção em seus eletrônicos, pode viver feliz com os mesmos equipamentos por anos. É parte do movimento de anticonsumismo, ou a noção de apreciar o que você tem em vez de comprar coisas novas incessantemente. Sinais dessa filosofia estão se espalhando: dados da indústria sugerem que os consumidores estão esperando mais para atualizar para novos celulares do que faziam no passado.
Então Lai e Kyle Wiens, executivo-chefe da iFixit, uma empresa que fornece manuais de instrução e componentes para consertar equipamentos, ofereceram seus conselhos em como tirar o máximo proveito de um celular ou tablet.
Longevidade. Quando os smartphones e os tablets eram bastante lentos e limitados, na comparação com os computadores, havia uma razão verdadeira para comprar equipamentos novos em poucos anos. Mas agora os aparelhos móveis se tornaram tão rápidos e capazes que você pode mantê-los por muito mais tempo.
“Um computador de cinco anos ainda funciona muito bem hoje. Estamos começando a chegar nesse patamar com os celulares agora”, afirma Wiens.
A manutenção de smartphones e tablets é fácil. Há apenas dois aspectos que precisam de atenção: armazenamento de dados e capacidade da bateria. Se um dispositivo está quase sem espaço de armazenamento, o sistema operacional pode ficar lento. E se a bateria está quase no fim de seu ciclo de vida, o equipamento vai morrer mais rapidamente do que antes.
Como liberar espaço? Para celulares e tablets Android, Lai recomenda guardar dados pessoais em um cartão de memória removível. Isso vai abrir espaço do armazenamento interno do dispositivo, permitindo que o sistema Android seja executado mais rapidamente.
Em iPhones e iPads, que não têm lugar para cartão de memória, lidar com a gestão do armazenamento é mais complicado. Uma dica esperta recomendada recentemente por um usuário do Reddit foi alugar um filme no iTunes que excede a quantidade de espaço que o dispositivo têm sobrando. Quando o equipamento detecta que não há espaço para o arquivo do filme, rejeita o download e limpa os dados que estavam no cache dos aplicativos.
Outra opção é apagar aplicativos que você raramente usa ou fazer um backup de seus dados, reinstalar o sistema operacional do aparelho e instalar a menor quantidade de aplicativos possível.
Carregando. E há a questão da bateria. Toda bateria de equipamentos móveis tem um número de ciclos, ou de vezes que ela pode ser esgotada e carregada. Em um iPhone ou iPad, você pode checar o número de ciclos usados ligando o equipamento em um Mac e executando o aplicativo gratuito coconutBattery, que mostra as estatísticas das baterias. O site da Apple diz que as baterias perdem cerca de 20% de sua capacidade original depois de 500 ciclos. Para equipamentos com sistema Android, o aplicativo gratuito Battery da MacroPinch pode revelar a saúde geral de sua bateria.
A regra de ouro é trocar a bateria do celular a cada dois anos e atualizar a do tablet a cada quatro ou cinco anos. Uma bateria nova custa de US$ 20 a US$ 40, dependendo do celular. Muitas baterias dos smartphones Android podem ser trocadas removendo a tampa de trás; os passos para trocar baterias de iPhone podem ser encontrados em sites como o iFixit.
“Um celular pode durar por muito tempo se o que você precisa não for extraordinário e se souber tomar conta dele”, afirma Lai. Recentemente algumas das teclas de seu Treo estragaram, então Lai colocou pequenos pedaços de fita isolante sobre elas.
Agora, ele só precisa pressioná-las com um pouco mais de força para que funcionem.

Fonte: Estadão

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