Cientistas conseguem transformar plástico
em combustível
Por Redação | em 20.06.2016 às 10h02
Químicos chineses desenvolveram um método extremamente eficiente para
converter polietileno em combustível líquido, o que pode fazer uma
grande diferença no que se refere à poluição ambiental mundial.
Para quem não sabe, o polietileno é o plástico mais comum na Terra. Em
todo o mundo, as fábricas despejam cerca de 100 milhões de toneladas do
material anualmente. Composto de átomos de carbono e hidrogênio ligados
entre si em cadeias longas, o polietileno é uma substância extremamente
difícil de se decompor. Por não reagir com muitos componentes, é
praticamente impossível que o material se degrade no ambiente.
A novidade é realmente impressionante, já que há décadas pesquisadores
da comunidade científica internacional vêm tentando descobrir um método
limpo para a eliminação do composto. No geral, a única forma de
eliminá-lo é através da queima em altas temperaturas, mas este processo é
altamente poluente. Com a recente descoberta, aumenta a esperança de
que talvez seja possível degradar o polietileno naturalmente. Mas, para
que isso seja possível em larga escala, os químicos deverão investir
ainda mais nas pesquisas.
Zheng Huang, químico orgânico da Academia Chinesa de Ciências, passou os
últimos quatro anos desenvolvendo uma abordagem diferente. Conforme
anunciado na última sexta-feira (17), Huang e seus colegas encontraram
um método para degradar o polietileno a temperaturas incrivelmente
baixas: 150ºC.
"Os nossos produtos são muito mais limpos do que os obtidos por métodos
convencionais [combustão]", disse o pesquisador, acrescentando que o
método é também mais fácil de controlar, podendo ser utilizado,
inclusive, como um combustível para motores a diesel. Isso foi provado
através da degradação de pequenas amostras de sacos de plástico,
garrafas e embalagens de alimentos.
É claro que o principal desafio será a transição da eliminação de
pequenas quantidades para toneladas de plástico que poluem o meio
ambiente na atualidade. Segundo os químicos envolvidos no projeto, a
eficiência do catalisador tem sido positiva, mas não o suficiente para
que o material possa ser comercializado. De qualquer maneira, a
expectativa é de que, ao longo dos próximos anos, o plástico possa
deixar de ser um problema no planeta.
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