segunda-feira, 13 de junho de 2016

Projeto de lei para regulamentação da profissão de TI será levado ao Congresso


Projeto de lei para regulamentação da profissão de TI será levado ao Congresso 
 
Por Redação | em 13.06.2016 às 13h03 
 
 TI
 
Após encontro entre o presidente interino Michel Temer e o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados e Tecnologia da Informação do Estado de São Paulo (Sindpd/SP), Antonio Neto, na última sexta-feira (10), no Palácio do Jaburu em Brasília, ficou acertado o envio do projeto de lei para regulamentação da profissão de TI pelo governo federal ao Congresso. 
A produção da minuta deste projeto de lei será responsabilidade do Sindpd/SP e, segundo Neto, o não reconhecimento da profissão de TI é a principal demanda do setor atualmente. 
Sobre o envio, ele destacou: "Vamos preparar o projeto e enviar para a Casa Civil. Com o apoio do presidente, será enviado ao Congresso Nacional e vamos ver se ele [Temer] pode nos ajudar dando um regime de urgência nisso”. 
O fato de a regularização da profissão ser um dos principais pleitos do setor não impede que outras reivindicações existam e recebam destaque. 
Diante disso, as demais solicitações foram entregues a Temer em um documento onde algumas das reivindicações incluem, por exemplo, a proteção às empresas públicas que atuam no segmento e também melhorias em questões tributárias e na política de desenvolvimento da área. 
O Sindpd, ao elaborar o texto da carta, deixou claro que as questões estabelecidas pelo setor de TI não interessam apenas aos envolvidos, mas também ao País, de uma forma geral, já que determinado segmento é estratégico para o avanço econômico e social do Brasil. 
“Nosso segmento é promotor da inovação, de soluções eficazes para o aprimoramento da competitividade de todos os ramos da cadeia produtiva”, destaca Neto. 
Longe de querer aparentar algo perfeitamente pronto, o presidente do Sindpd alega que o campo necessita de “mais regulação profissional, equilíbrio fiscal e incentivo por parte da esfera estatal”. Ainda na busca por um setor cada vez mais eficaz, Neto sugere a criação de um Fórum Permanente envolvendo representantes de trabalhadores, empresários, comunidade científica e governo, para estabelecer o desenvolvimento da área de TI. 
 Confira o material, na íntegra, entregue ao presidente interino Michel Temer, com as demandas solicitadas pelo setor de TI e seus respectivos detalhes: 
 
Ilmo. Sr. 
Michel Miguel Elias Temer Lulia 
M. D. Presidente da República em Exercício 
Senhor Presidente, Como é de vosso conhecimento, o setor de tecnologia da informação é fundamental e estratégico para o desenvolvimento econômico e social do nosso País.
 
Nosso segmento é promotor da inovação, de soluções eficazes para o aprimoramento da competitividade de todos os ramos da cadeia produtiva. 
 
Na esfera pública, destacamos a importância vital da tecnologia da informação como potencial a ser utilizado em larga escala para aprimorar os serviços públicos, melhorar a qualidade de atendimento à população e perenizar o acesso das pessoas mais necessitadas à Educação, Saúde e programas sociais.
 
Este setor é sustentado por mais de 400 mil profissionais dedicados, com alto grau de escolaridade, com muita criatividade e capacidade de inovar. 
 
É também um segmento que ainda não alcançou seu grau de maturidade, sobretudo pela necessidade de mais grau de regulação profissional, equilíbrio fiscal e incentivo por parte da esfera estatal, cuja prioridade política se concentra em outros segmentos, importantes sem dúvida, mas sem a capacidade de levar o nosso País para um nível mais elevado cientificamente e economicamente. 
 
Neste sentido, pedimos que o governo federal apoie e se sensibilize para as seguintes reivindicações dos trabalhadores: 
 
1-DIREITOS 
a) Regulamentação da profissão de tecnologia da informação – Este é um momento singular para a realização de um sonho dos profissionais de TI. Estão em tramitação no Congresso Nacional diversos Projetos, alguns sob articulação do Sindpd, para regulamentar a profissão de Analista de Sistemas e Técnico de Informática, em especial o PL 5101/2016, que visa valorizar o profissional qualificado e garantir segurança para a sociedade, uma vez que este segmento atua em setores sensíveis para a segurança e integridade física da população; 
 b) Manutenção dos direitos trabalhistas e previdenciários – A legislação trabalhista em vigor, mesmo após centenas de alterações, representa uma base mínima na proteção dos trabalhadores ao estabelecer padrões elementares de dignidade e segurança, impedindo a sobreposição da força do capital ao trabalho; 
c) Aumento da fiscalização a contratações ilegais – O trabalho de fiscalização realizado por nosso sindicato promoveu a redução acentuada das contratações de profissionais que ferem a legislação, tais como os conhecidos “PJs” e falsas cooperativas. Nos últimos quatro anos, somente em São Paulo, ampliamos o número de celetistas de 78% para 93%, restando um universo de 7% a serem integrados ao mercado formal. Além de prejudicar os trabalhadores, deixando-os desemparados em seus direitos, este tipo de contratação provoca grande perda para o Estado, em especial para a Previdência Social. Por isso pedimos a criação de uma força tarefa a fim de endurecer a fiscalização contra as empresas que praticam este tipo de delito. 
 
2-EMPRESAS PÚBLICAS 
a) Fortalecimento das Empresas Federais - As empresas Serpro, Dataprev e Cobra são fundamentais para o Estado. A valorização dos servidores e a estruturação da empresa são esteios para o bom funcionamento das atividades do Estado Brasileiro e dos serviços prestados à sociedade; 
b) Retirada do PLP 257 - Pedimos a retirada do Projeto de Lei Complementar (PLP 257/2016), que propõe a renegociação das dívidas dos estados e do Distrito Federal em troca de enormes prejuízos aos servidores públicos ou a supressão de todos os itens que propõem o congelamento dos salários, a redução da folha de pagamento, a suspensão de concursos e o incentivo à privatização das empresas estatais estaduais e municipais. 
 
3-APERFEIÇOAMENTO TRIBUTÁRIO E POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO 
a) Unificação do PIS/Cofins para o setor de software e serviços de TI, além da manutenção e aperfeiçoamento da Lei do Bem e reestabelecimento de reduções tributárias sobre equipamentos voltados à Inclusão Digital; 
b) Priorizar e incentivar a universalização dos meios para promover a inclusão digital, desenvolver políticas públicas de incentivo ao desenvolvimento local de produtos e soluções de internet, incrementar uma política de atração de investimentos para datacenters; 
c) Manter e ampliar o programa Ciência sem Fronteiras, investir em centros de pesquisas e criar o Vale do Silício Brasileiro; 
d) Priorizar a compra de produtos e serviços de TI nacionais. Tais medidas podem ser aprimoradas e potencializadas com a criação de um Fórum Permanente, reunindo trabalhadores, empresários, comunidade científica e governo, tendo como objetivo o pleno desenvolvimento do setor, bem como a valorização e desenvolvimento profissional dos trabalhadores que são os grandes responsáveis pelo sucesso do setor de tecnologia da informação brasileiro. 
 
Um fraterno abraço. 
Antonio Fernandes dos Santos Neto 
Presidente da CSB e do Sindpd Fonte Convergência Digital

Fonte: Canaltech

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