Cientistas desenvolvem bateria cuja energia
vem a partir da vitamina B2
Por Redação | em 20.07.2016 às 08h23
Buscando desenvolver baterias de baixo custo e alta performance sem
utilizar substâncias tóxicas, inflamáveis ou corrosivas, cientistas da
Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, descobriram que a
riboflavina - ou vitamina B2 - é capaz de armazenar tanta ou até mais
energia do que as baterias comuns.
E como a vitamina B2 é facilmente
encontrada em alimentos como leite e produtos lácteos, além de couves e
vegetais folhosos verdes, cereais, frutas e sementes, estamos falando de
uma substância comum e barata para ser utilizada na produção de
baterias ecologicamente corretas.
A riboflavina age no corpo humano como uma bateria para o organismo,
auxiliando na quebra de gorduras, carboidratos e proteínas, e ajudando a
transformá-los em combustível para nossas células.
Com isso em mente,
os pesquisadores decidiram isolar as moléculas da vitamina para
aproveitá-las como armazenadoras de energia fora das células humanas.
A mesma equipe de cientistas já havia trabalhado em 2014 na criação de
uma bateria de alta performance baseada em quinoa e ferrocianeto e
conseguiu resultados animadores.
No ano seguinte, desenvolveram uma
variação de quinoa capaz de agir em soluções alcalinas junto a outros
aditivos comuns.
“Nós desenvolvemos uma nova classe de baterias. Uma das
vantagens dessas substâncias é que elas podem ser aplicadas em larga
escala a preços baixos”, disse Kaixiang Lin, membro da equipe de
Harvard.
E com o os resultados positivos da bateria à base de quinoa, os
pesquisadores decidiram testar outras moléculas orgânicas para produzir
energia, até chegarem à vitamina B2. “Nós projetamos essas moléculas
para atenderem às necessidades das nossas baterias, mas, na verdade, foi
a natureza que nos mostrou a melhor forma de armazenar energia, como no
nosso corpo”, disse Roy Gordou, coautor do projeto que foi devidamente
registrado na revista científica Nature.
A partir de agora, a equipe continuará estudando e pesquisando moléculas
orgânicas capazes de gerar energia que custem pouco e produzam muito,
não somente por conta das vantagens econômicas como também pensando no
meio-ambiente: enquanto uma bateria comum (como uma pilha, por exemplo)
pode levar milhões de anos para ser absorvida, essas moléculas são
orgânicas e solúveis em água.
Ou seja, uma bateria à base de leite, por
exemplo, seria fácil e rapidamente dissolvida em um copo de água e
despejada no meio ambiente sem aumentar a poluição do planeta.
No seguinte abaixo, o pessoal de Harvard mostra como a bateria poderia
funcionar no mundo real:
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