EFE Barcelona
"A forma como uma pessoa come será importante para prevenir muitas das doenças que temos hoje em dia", afirmou.
De acordo com Aduriz, o projeto "buscará soluções" para problemas reais, como evitar que as pessoas com desgaste das papilas gustativas comam uma excessiva quantidade de sal nas refeições.
"É como se puséssemos óculos para corrigir a dioptria de cada boca. Os sentidos podem ser educados através das emoções e interferem na hora de perceber as coisas. Frequentemente a criança associa fast-food a prêmios e verdura a castigo, mas se conseguirmos reeducá-la poderemos vincular alimentação e saúde", esclareceu.
O chefe de grupo do CRG complementou e disse que se uma criança não gosta, por exemplo, de brócolis, pode ser "devido a uma sensibilidade maior ao amargo", mas "com esta informação é possível mudar a dieta desta criança e adaptá-la a sua sensibilidade".
O diretor do BCC, Joxe Mari Aizega, por sua vez, comentou que o projeto eleva a outro nível a interdisciplinaridade da gastronomia, e afirmou que a participação popular será fundamental no simpósio que acontecerá no Basque Culinary Center, na cidade de San Sebastian, na última semana de outubro.
O workshop, que representará o ponto de partida do projeto e tem como título "The Sensory Logic of the Gastronomic Brain" (A lógica sensorial do cérebro gastronômico), contará com a participação de cientistas do CRG, do College London, das universidades de Oxford, Cambridge, Columbia, Genebra, Rockefeller e do Instituto Weizmann de Ciência, de Israel, entre outras entidades.
Além de representantes dessas instituições e do chef do Mugaritz, participarão os britânicos Heston Blumenthal (The Fat Duck) e Jozef Youssef (Kitchen Theory), os americanos Kyle Connaughton (Pilot R&D), Chris Young (ChefSteps) e Leah Sarris (Tulane University), o espanhol Eneko Atxa (Azurmendi) e a cingapuriana Janice Wong (2am:dessertbar).