Cientistas propõem abordagem alternativa para avançar a computação quântica
Katherine Noyes, IDG News Service
27 de julho de 2016 - 09h00
Pesquisadores russos defendem que os chamados
'qudits' aumentariam a capacidade de computadores fazerem cálculos
quânticos completos
A construção de computadores quânticos é difícil porque os qubits
tendem a ser altamente instáveis. Qubits são a contrapartida quântica
dos bits usados na computação tradicional. Enquanto bits tradicionais
representam dados como 0s ou 1s, qubits são distinguidos pelo que é
conhecido como superposição, ou a capacidade de ser tanto 0 e 1 ao mesmo
tempo.
Superposição é o coração de um extraordinário potencial da
computação quântica, mas também se provou um desafio espinhoso. Enquanto
os cálculos exigem que qubits não só mantenham seu estado, mas também
interajam uns com os outros, os objetos quânticos que têm sido usados
para criar qubits - íons ou elétrons, por exemplo -, até agora, só foram
capazes de manter um determinado estado quântico por pouco tempo.
Em um sistema com dezenas ou centenas de qubits, o problema fica
ainda mais complicado.
É aí que os físicos do Moscow Institute of Physics and Technology e
do Russian Quantum Center estão propondo uma abordagem diferente.
Em vez de tentar manter a estabilidade de um grande sistema qbit,
eles procuraram aumentar a capacidade das unidades que fazem os
cálculos. Para isso, eles se voltaram para o "qudit," uma alternativa ao
qubit.
Qudits são objetos quânticos para a qual o número de possíveis
estados é maior que dois. Entre eles estão qutrits, que têm três estados
potenciais e ququarts, que possuem quatro.
Devido a esses potenciais estados adicionais, leva menos qudits
para fazer a mesma quantidade de trabalho. "Um qudit com quatro ou cinco
níveis é capaz de funcionar como um sistema de dois qubits 'comuns', e
oito níveis é suficiente para imitar um sistema de três qubits",
explicou Aleksey Fedorov, pesquisador do Russian Quantum Center.
Fedorov e seus colaboradores demonstraram que em um qudit com cinco
níveis, criado usando um átomo artificial, é possível realizar cálculos
quânticos completos.
"Estamos fazendo progresso significativo porque em determinadas
implementações físicas é mais fácil de controlar qudits multiníveis do
que um sistema do correspondente número de qubits", disse Fedorov. "Isso
significa que estamos um passo mais perto de criar um computador
quântico de pleno direito".
Os resultados dos pesquisadores foram publicados recentemente em
uma série de artigos na Physical Review A, Physics Letters A, e Quantum
Measurements and Quantum Metrology.
Fonte: IDGNow
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