Engenheiros da USP criam software
praticamente inviolável para proteger senhas
Por Redação | em 21.07.2016 às 20h24
Criar um sistema de proteção de dados à prova de invasões não é algo
exatamente simples, mas engenheiros da Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo (Poli-USP) desenvolveram um software que pega
os invasores onde mais dói: no bolso.
O software exige um investimento
tão alto em supercomputadores ou clusters que o roubo de senhas de
usuários acaba ficando praticamente inviável.
Chamado Lyra2, o software de licença livre é a nova arma do mercado
contra ataques de força bruta – aqueles realizados por hackers por meio
de supercomputadores, clusters ou placas gráficas para roubar senhas de
usuários.
“Criamos funções que encarecem o ataque ao ponto de torná-lo
inviável financeiramente”, explica Ewerton Rodrigues Andrade, criador do
sistema.
“Para senhas de complexidade média, por exemplo, o valor gasto
com a aquisição de memória para a construção de um hardware capaz de
burlar a proteção do Lyra2 é de cerca de US$ 126 mil. Já para senhas de
alta complexidade, que exigem diversos caracteres, letras, números e
símbolos, o investimento exigido pode chegar a US$ 8,3 bilhões.”
O engenheiro explicou que os ataques de força bruta são realizados após o
criminoso virtual obter um banco de dados com senhas protegidas de
usuários – um tipo de invasão de sistemas bastante comum.
Os hackers
então realizam testes até descobrir a senha correta desses usuários, e
esse processo se tornou cada vez mais fácil e barato com a evolução da
informática.
“Criamos funções que obrigam o hacker a investir uma grande
quantidade de recursos computacionais para cada teste realizado na
tentativa de quebrar a senha. Essa demanda por mais recursos aumenta o
custo com hardware, especialmente com memória, para obter as senhas de
um usuário”, contou o engenheiro criador do Lyra2.
O Lyra2 surgiu na tese de doutorado orientada pelo professor Marcos
Antônio Simplício Júnior, do Departamento de Engenharia de Computação e
Sistemas Digitais da Poli-USP, e o software conquistou o prêmio de
melhor projeto de doutorado na segunda edição do International
Conference on Information Systems Security and Privacy (ICISSP).
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