Pesquisadores nos EUA criam "sutura
inteligente" que envia dados via wireless
Por Redação | em 21.07.2016 às 23h00
A proximidade da tecnologia com a área da saúde tem se mostrado cada vez
maior.
Diferentes formas de integrar elementos tecnológicos a cuidados
médicos e de saúde têm sido inventadas e implementadas, como o caso da
tatuagem eletrônica que injeta remédios e também monitora a saúde. É
tecnologia, mas não fica só nisso.
Outro caso acaba de ser produzido por pesquisadores da Universidade
Tufts, em Massachusetts, Estados Unidos.
Trata-se de um fio
"inteligente" utilizado para fazer suturas.
O fio possui nanosensores e
microfluidos que ajudariam a fornecer informações sobre o tratamento
médico.
Ele pode ser feito tanto de algodão quanto de tecido sintético, e
de acordo com comunicado da própria Universidade, esta é a primeira vez
que pesquisadores conseguem este tipo de façanha em escala nano.
A sutura realizada utilizando este novo fio pode providenciar dados
diagnósticos via wireless em tempo real, segundo artigo publicado no
periódico "Microsystems and Nanoengeneering".
Para construir o fio, os
pesquisadores usaram algodão cru e o revestiram com nanotubos de carbono
(chamados de CNT em inglês), que depois foram mergulhados em um
composto químico e físico de sensoreamento que foi conectado a um
circuito wireless eletrônico que criou uma plataforma flexível,
posteriormente testada em ratos e também em suturas in vitro.
Esta conexão eletrônica com sistema wireless foi o que possibilitou a
coleta de informação sobre a saúde dos tecidos suturados.
Com a sutura,
recolheu-se dados sobre pressão, estresse, tensão e temperatura no
tecido, assim como cálculos dos níveis de pH e glicose, dados estes que
podem ser usados para determinar como os tecidos se curam ou como
infecções são formadas, por exemplo.
Apesar de estarem cientes de mais estudos, como por exemplo, testando a
biocompatibilidade em longo prazo, os pesquisadores apontam que os
resultados iniciais aumentam as chances de otimizar o tratamento
específico de pacientes.
"Nós achamos que este tipo de dispositivo com base em fios pode
potencialmente ser usado como sutura inteligente em implantes
cirúrgicos, curativos que possam monitorar a cura de ferimentos ou
integrados com tecidos personalizados que monitoram a saúde", disse
Sameer Sonkunsale, um dos autores do artigo e diretor no Department of
Electrical and Computer Engeneering, da Escola de Engenharia da Tufts.
Geralmente, estruturas implantáveis como estas são caras e precisam de
um processo muito especializado.
No entanto, Pooria Mostafalu, PhD, ex
estudante de doutorado na Tufts e também um dos autores do artigo,
aponta que os fios são "baratos, abundantes, finos e flexíveis, e podem
ser facilmente manipulados em formas complexas".
Mostafalu atualmente
faz pós-doutorado na divisão Harvard-MIT de Saúde, Ciência e Tecnologia.
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