terça-feira, 18 de outubro de 2016

Inovações no mercado de trabalho geram novas oportunidades de emprego

Inovações no mercado de trabalho geram novas oportunidades de emprego

C&T Inovação - BR
Especialistas defendem uso das tecnologias de informação para gerar novas profissões - Foto: Reprodução/GoogleEspecialistas defendem uso das tecnologias de informação para gerar novas profissões - Foto: Reprodução/Google
As inovações tecnológicas têm impulsionado profundas transformações no mundo do trabalho. Profissões em setores tradicionais têm perdido espaço no mercado, a exemplo dos taxistas com o Uber ou das redes de hotéis com o Airbnb, devido a praticidade e valor agregado gerado por esses serviços.
O impacto dessas tecnologias nos empregos do futuro foi debatido por especialistas nesta quarta-feira (5), em Brasília (DF), em uma das palestras do 20º Congresso Mundial de Tecnologia da Informação (WCIT). Para o diretor de Políticas e Comunicações para a América Latina da Uber, Ivo Corrêa, a tecnologia não pode ser vista como uma ameaça ao mercado profissional, e sim um caminho para melhorar os serviços prestados à população.
“É claro que a tecnologia elimina alguns postos de trabalho, mas também cria muitas oportunidades diferentes de emprego. No Youtube, por exemplo, tem a profissão de youtuber. A Amazon e o e-Bay conseguem facilitar o processo de compras. São inúmeras empresas que, justamente por pensarem nos clientes e fazerem os serviços serem mais fáceis e seguros, acabam alavancando uma série de oportunidades econômicas”, disse Corrêa.
No Uber, por exemplo, a demanda maior é justamente nas regiões de baixa renda, sem acesso a transporte público. Desde 2014 mais de 250 milhões de viagens foram feitas apenas com o Uberpool – serviço que permite dividir os custos da viagem entre dois ou mais passageiros que estão indo para a mesma direção. Na avaliação de Ivo, além dos consumidores, as inovações também trazem benefícios para os trabalhadores.
“Temos mais de 1 milhão de motoristas no mundo. Por que as pessoas decidem dirigir pelo Uber? As principais razões estão ligadas a flexibilidade. As pessoas gostam de ser seu próprio chefe, de poder escolher seu tempo, de ter poder de decisão. É um novo tipo de atividade e diferente do modelo tradicional. As pessoas querem oportunidades de trabalho que deem valor a elas e possibilite fazer outras atividades”, informou o diretor.
Para David Nordfors, CEO e co-criador da fundação Innovation i4j for Jobs, as inovações devem ser pensadas como oportunidades para gerar mais profissões. “Com o poder dos computadores se poderia, por exemplo, buscar dados de pessoas na internet e gerar empregos direcionados a cada um que esteja procurando emprego, conforme suas habilidades, gostos, capacidades e desejos”, comentou.
Conforme os dados apresentados por Nordfors no debate, há atualmente no mercado global cerca de 5 bilhões de adultos que desejam trabalhar. Desses, 3 bilhões já trabalham de alguma forma, mas procuram outro emprego porque, entre os motivos, “detestam” suas profissões atuais. “Com o potencial da internet poderíamos engajar esse público descobrindo os seus talentos. Mas teria que ser um modelo inovador, onde a economia deixaria de estar centrada nas tarefas e passaria a focar nas pessoas, dando valor a elas pelo que elas podem oferecer.”
Sistemas mais engajados
De acordo com Vint Cerf, conhecido como pai da internet por ser o co-criador do protocolo que permite a troca de informações na rede mundial de computadores, a tecnologia da informação (TI) pode ser uma das ferramentas mais promissoras para resolver questões globais como o desemprego. Além de movimentar um mercado mundial de capacitação profissional, a TI está diretamente relacionada a vários setores econômicos, que dependem da tecnologia para funcionar.
“O problema é que nós ainda não tiramos vantagem disso. Não criamos sistemas mais adaptáveis às pessoas, a exemplo das pessoas com deficiência, que têm capacidades que devem ser aproveitadas. Essa seria uma forma de usar as tecnologias da informação e comunicação de maneira mais permissiva”, afirmou.
Na avaliação da executiva de TI Frances West, que também é membro do conselho do Instituto Mundial sobre Deficiência, com uma tecnologia mais disruptiva será possível engajar muito mais pessoas com deficiência no mercado de trabalho. As inovações poderiam, por exemplo, atender as necessidades de cada um, ao mesmo tempo em que aproveitam suas maiores habilidades.
“Estamos no cume do processo de usar a tecnologia para respeitar as diferenças. A mão de obra do futuro precisa engajar pessoas com perspectivas diferentes, aproveitando suas habilidades. Para isso, vamos fazer uma transição que vai envolver pessoas que pensam diferente, com talentos diferentes, para expandir as experiências de trabalho”, prevê West.
Para engajar ainda mais pessoas ao mercado com o avanço tecnológico, David Nordfors defende o reconhecimento do valor do indivíduo pela empresa ou governo. “Precisamos de uma inovação que faça as pessoas precisarem mais uma das outras. Tecnologias que permitam que elas se juntem e se ajudem de alguma forma. Temos que investir e encontrar novas maneiras de fazer com que todos usufruam do mercado de trabalho”, ponderou o CEO da fundação Innovation i4j for Jobs.
(Leandro Cipriano, da Agência Gestão CT&I)

Fonte: Agência Gestão CT&I

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