quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Pesquisador cria projeto de telefonia móvel para Amazônia

Pesquisador cria projeto de telefonia móvel para Amazônia

Quinta-feira, 13 de outubro de 2016, 17h45
Levar telefonia celular para comunidades isoladas da Amazônia utilizando equipamentos de baixo custo foi o desafio proposto na dissertação de mestrado do engenheiro Jeferson Breno Negrão Leite, da Universidade Federal do Pará (UFPA). O trabalho Projeto de telefonia celular GSM baseada em open source e open hardware para comunidades rurais isoladas e carentes na Região Amazônica: Estudo de caso em Itabocal, Irituia (PA) foi o vencedor do Prêmio Vale-Capes de Ciência e Tecnologia na categoria Tecnologias Socioambientais, com ênfase no combate à pobreza. O prêmio, resultado de uma parceria entre a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e a empresa Vale, já está em sua quarta edição.
A dissertação foi realizada sob orientação do pesquisador Aldebaro Klautau Junior e defendida em 2014, por meio do programa de pós-graduação em engenharia elétrica da UFPA. “Percebemos que as pessoas não conseguiam fazer uma ligação para pedir socorro por causa do seu isolamento. Nós, da cidade, com a internet nos comunicamos muito fácil, e essas pessoas vivem isoladas, excluídas digitalmente. A partir dessa percepção, surgiu a ideia do projeto” resume Jeferson.
O maior empecilho para que as operadoras de telefonia cheguem a essas comunidades é o custo. O equipamento é caro para atender poucas pessoas, que vivem espalhadas em pequenos grupos. O projeto propõe que a comunidade tenha a sua própria operadora e que ela seja gerenciada por seus moradores.
Os equipamentos fazem chamadas por meio da tecnologia VOIP e funcionam tanto em telefones GSM comuns como em smartphones. Há ainda a possibilidade de as operadoras usarem esses equipamentos mais baratos para estender a própria rede a lugares aonde ela ainda não chega.
“Eu vejo como um retorno social da universidade para as comunidades: o conhecimento que adquirimos sendo aplicado na vida das pessoas que mais precisam. Vislumbramos daqui a algum tempo trabalhar com a tecnologia 4G e com o 5G para melhorar a qualidade de vida dessas comunidades e fazê-las acompanhar essa evolução tecnológica. É importante que as empresas incentivem esses projetos, que têm um retorno social e oferecem algum tipo de benefício para as comunidades”, acrescenta o engenheiro.
Prêmio – O Prêmio Vale-Capes de Ciência e Sustentabilidade foi criado inicialmente a partir de parceria firmada durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, realizada em 2012. A primeira edição teve cerimônia de entrega em Belém, em 2013; a premiação da segunda edição foi realizada na cidade do Rio de Janeiro, em 2014; e a da terceira edição aconteceu em Brasília, em 2015. A da quarta edição aconteceu em 30 de setembro, também em Brasília.
O prêmio tem o objetivo de identificar, divulgar e premiar trabalhos que apresentem ideias inovadoras, com potencial para transformação em produto ou processo, e também promover o reconhecimento da atividade científica e tecnológica em áreas temáticas, que versem sobre o desenvolvimento sustentável e, em especial, sobre tecnologia socioambiental.
Os trabalhos premiados dividem-se nos grupos Processos eficientes para redução do consumo de água e de energia; Aproveitamento, reaproveitamento e reciclagem de resíduos e/ou rejeitos; Redução de Gases do efeito estufa (GEE), e Tecnologias socioambientais, com ênfase no combate à pobreza.
Os vencedores do Prêmio Vale-Capes de Ciência e Sustentabilidade de Tese de Doutorado recebem R$ 15 mil e uma bolsa para realização de estágio pós-doutoral de até três anos em instituição nacional, podendo ser convertida para o período de um ano fora do país em uma instituição de notória excelência na área de conhecimento do premiado. Já os ganhadores de Dissertação de Mestrado recebem R$ 10 mil e uma bolsa de até quatro anos para realização de doutorado em instituição nacional.
Os orientadores também são prestigiados, recebendo auxílio equivalente a uma participação em congresso nacional e internacional, relacionado à área temática da tese. No caso de mestrado, o orientador recebe R$ 3 mil e o de doutorado, US$ 3 mil.
Assessoria de Comunicação Social da Capes, com informações da Vale

Fonte: MEC

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