Nova técnica de edição genética é testada
em humanos pela primeira vez
Por Redação | em 16.11.2016 às 22h35
Um grupo de pesquisadores chineses está conduzindo a primeiríssima
pesquisa envolvendo material genético modificado em seres humanos. A
metodologia consiste em injetar, em pacientes com câncer, células com
genes editados a partir de uma técnica batizada de CRISPR-Cas9. O
método, diga-se de passagem, é revolucionário o suficiente para que os
cientistas possam afirmar, com total certeza, que ninguém no mundo
publicou um estudo semelhante e de tamanho impacto clínico e científico
na área da oncologia até agora.
O feito se consolidou no último dia 28, pelas mãos do oncologista e
cientista-chefe da pesquisa Lu You, ao lado de sua equipe da
Universidade de SIchuan, em Chengdu, China. O experimento ocorreu no
West China Hospital, na mesma cidade.
Apenas um paciente recebeu a injeção com genes modificados. Mas se o
experimento continuar sem efeitos adversos nocivos, mais nove pacientes
integrarão o grupo de estudo. Cada indivíduo receberá entre uma a quatro
injeções com o material. O processo consiste da remoção de células
imunológicas do sangue do paciente, para posterior edição genética com a
técnica CRISPR (com DNA deletado, que dá lugar a um novo, programado) e
reintegração ao sistema circulatório do indivíduo.
Vários outros pesquisadores publicaram trabalhos sobre a questão da
edição genética e sua relação com a cura do câncer, apesar de não terem
mencionado nada parecido com a nova técnica. A CRISPR é relativamente
fácil de usar e, teoricamente, pode resolver a maioria dos problemas
relacionados a desordens genéticas que afligem a humanidade. Em outras
palavras, o método pode servir como tratamento da leucemia e de vários
outros tipos de doenças raras e de câncer.
Agora todos na comunidade científica estão na grande expectativa pelos
resultados da pesquisa, que, caso positivos, farão com que a técnica se
dissemine pelo mundo todo, estabelecendo um caminho mais curto para a
cura. Aliás, há também o espírito competitivo entre chineses e
americanos neste quesito, que estão trabalhando pesado para encontrar
uma solução para as neoplasias malignas. E os grandes beneficiados com
todos estes esforços são, sem dúvida, os pacientes.
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