EFE La Paz
No entanto, explicou Nallar, o método tem "várias limitações", já que é um processo "longo e cansativo" para o médico, porque ele tem que ficar várias horas olhando no microscópio.
Além disso, é "pouco confiável" porque não estabelece com certeza se o paciente é portador do vírus, o que dificulta sua prevenção.
Loza ressaltou que é muito importante diagnosticar a doença a tempo, mas às vezes isso não acontece.
"Foram criados novos métodos de tipo molecular para detectar a doença, mas não são implementados em países pobres devido à falta de recursos econômicos e de pessoal capacitado na área", acrescentou.
Diante disto, os inventores pensaram em automatizar o diagnóstico da tuberculose por meio de um chip inteligente que permite ao microscópio identificar automaticamente a doença e processar os resultados em um aplicativo que os médicos possam usar.
"O bom de nosso dispositivo é que é preciso, rápido e barato, custa US$ 130 e inclusive poderia ser menos se a produção for massificada, portanto nós propomos a especificidade e precisão de diagnósticos a um baixo custo", ressaltou Loza.
O dispositivo proposto pelos jovens é formado por uma parte mecânica e outra com um hardware (suporte físico) e um software (suporte lógico).
Segundo Lozza, na parte mecânica se desenvolveram modelos em 3D ajudados por ferramentas de software que permitiram dar movimento ao microscópio e automatizar todos seus eixos.
"Para o software se desenvolveu a inteligência artificial do dispositivo e o controle da parte mecânica", acrescentou Nallar.
O primeiro protótipo do dispositivo está pronto e agora é objeto de testes no laboratório de baciloscopia do Hospital do Tórax.
O responsável pelo laboratório, o médico Anel Álvarez, comentou à Efe que o dispositivo "funciona bem" e, embora "falte trabalhar um pouco" com a identificação precisa dos bacilos, o trabalho do chip é "impressionante".
Disse que normalmente no laboratório são feitos entre 30 e 40 baciloscopias diárias e que, muitas vezes, dão como resultados falsos negativos.
"Aplicar o chip criado pelos rapazes seria algo genial porque nos ajudaria bastante na precisão e rapidez do diagnóstico, o que contribuiria para a prevenção da doença", acrescentou Álvarez.
Loza e Nallar apresentaram seu dispositivo no Hackaday Price, concurso americano que conta com a participação de mil representantes de diferentes partes do mundo.
O fim do concurso, segundo os inventores, é promover a descentralização da tecnologia, que até agora é manuseada pelas grandes empresas e incentivar a realização de projetos tecnológicos "livres e independentes" em nível mundial.
São os dois únicos representantes bolivianos que agora estão entre os cem finalistas do concurso, cujo resultado será conhecido nesta primeira semana de novembro.

Fonte: EFE