EFE Londres
Até agora, tinham sido registradas propriedades similares à supercondução unindo grafeno com outros metais, uma técnica que, no entanto, não demonstrava que o próprio material estivesse transmitindo eletricidade sem resistência.
"Pôr o grafeno sobre um metal pode alterar de forma dramática suas propriedades e fazer com que se comporte de um modo diferente ao esperado. Mas o que vemos nesses casos não é uma supercondutividade intrínseca ao material", descreveu o cientista.
O experimento desenvolvido em Cambridge sugere por outro lado que o PCCO "desperta" certas propriedades do grafeno, que atua efetivamente como um supercondutor.
"Vimos um tipo de condutividade muito diferente no grafeno e no PCCO. Isso era essencial, porque significa que a supercondutividade não era uma propriedade externa e que o PCCO somente era necessário para ativar a propriedade intrínseca do grafeno", disse Robinson.
O grafeno é formado a partir de uma única camada de átomos com surpreendentes propriedades mecânicas, ópticas e elétricas.
Destaca-se por sua alta dureza, transparência e flexibilidade, e suas aplicações atingem setores tão diversos como informática, telefonia celular, soluções energéticas e indústria alimentícia.
A promessa de contribuir para o avanço da tecnologia levou a Comissão Europeia a transformar a pesquisa sobre o grafeno em um de seus focos de atenção para os próximos anos, e a dedicar um investimento de mais de 500 milhões de euros até 2023.
A propriedade supercondutora do grafeno descoberta por Robinson e Di Bernardo abre novas possibilidades práticas para esse material, que poderia ser utilizado em circuitos de computadores quânticos de alta velocidade.