Cientistas encontraram forma de combater
bactérias resistentes a antibióticos
Por Redação | em 24.01.2017 às 12h57
Bactérias ultrarresistentes a antibióticos têm se tornado uma
preocupação séria para a medicina moderna, a ponto da Organização das
Nações Unidas (ONU) ter definido o problema como uma das maiores crises
atuais do setor de saúde – no mesmo nível da AIDS.
Pesquisadores da Oregon State University, nos Estados Unidos, no
entanto, podem ter descoberto uma nova forma de combater os efeitos da
evolução rápida que tem provocado o surgimentos das "super bactérias",
focando na disrupção do código genético destes organismos.
Em um artigo publicado no Journal of Antimicrobial Chemotherapy, a
equipe descreve o uso da molécula PPMO para combater a produção da
enzima metallo-beta-lactamase (NDM-1), que é a responsável pela
codificação dos genes que definem as resistência das bactérias.
Durante testes, os cientistas foram bem sucedidos no tratamento de ratos
infectados com a bactéria E.Coli afetada pela PPMO, mesmo utilizando o
antibiótico de ação ampla Meropeném – que normalmente seria pouco
funcional contra esse tipo de infecção. Testes em humanos devem começar
nos próximos três anos.
A vantagem do processo é que enzima está presente em diferentes tipos de
bactérias, o que permitiria o combate a vários tipos de organismos
ultrarresistentes com a mesma molécula PPMO.
Bruce Geller, professor de microbiologia e diretor do grupo de
pesquisadores, aponta que, mesmo que bem sucedida, a solução não será
permanente, já que nada impede as bactérias de desenvolverem uma
resistência também ao uso da PPMO. Ainda assim, o projeto pode ser um
passo importante para ganharmos tempo no combate a esses organismos, que
têm evoluído muito mais rapidamente do que conseguímos criar novos
antibióticos.
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