Mercado brasileiro de TICs crescerá 2,5%
neste ano, indica IDC
Por Rafael Romer | em 27.01.2017 às 08h10
O mercado de tecnologia da informação e telecomunicações (TIC) do Brasil
deverá crescer 2,5% neste ano, indicou a consultoria IDC Brasil em suas
previsões divulgadas nesta quinta-feira (26).
Assim como em anos anteriores, a TI continuará evoluindo sua
participação em relação aos investimentos totais em TICs, respondendo
por 40% do total do mercado nacional em 2016 – contra os 60% restantes
representados pelos investimentos em telecomunicações.
O crescimento da TI também será consideravelmente maior: a expectativa é
de 5,7% de aumento em relação aos últimos doze meses para tecnologias
da informação, enquanto telecom crescerá apenas 0,4% no mesmo período.
Além do cenário "mais previsível" no ambiente político e econômico, a
consultoria avalia que a retomada dos investimentos tem relação com o
comportamento mais "educado" do câmbio, consideravelmente mais estável
agora. Principalmente nas áreas de software e hardware, a flutuação do
dólar é considerada um dos principais problemas para o planejamento de
investimento em TICs no Brasil, o que acabou levando o setor a
"engavetar" inúmeros projetos para encolher gastos no últimos dois anos.
"A questão é que não há mais como postergar investimentos com projetos
de inovação e projetos para dar o próximo passado", avaliou Luciano
Ramos, gerente de pesquisa e consultoria da IDC Brasil. "Estamos
postergando há dois anos: 2015 foi um ano complicado, 2016, um ano de
incerteza. Neste momento é preciso colocar as coisas para funcionar".
De acordo com a consultoria, a transformação digital continuará sendo o
motor por trás dos investimentos em TICs no Brasil nos próximos dois
meses, conforme o mercado segue amadurecendo e buscando transformações
de lideranças, de omni-experience, informação, modelo de negócio e de
fontes de trabalho. "Todos esses pilares têm que acontecer", comenta
Pietro Delai, gerente de pesquisa em Infraestrutura e Telecom. "Algumas
empresas terão que investir mais em um ou outro deles, mas se não em
investirem em todas essas áreas, não haverá transformação".
IoT
A Internet das Coisas (IoT) ganhará uma tração considerável no país a
partir de 2017, aposta a IDC – em grande parte, pela definição das
políticas de IoT no Brasil que é esperada para este ano.
Lançado para consulta pública no ano passado, o Plano Nacional de IoT é
considerado um marco importante para a evolução do setor no mercado
nacional. Segundo a consultoria, a expectativa é que sua aprovação,
ainda no primeiro semestre deste ano, ajude na orientarão investimentos
de fabricantes, ampliando a oferta de produtos para consumidores e
empresas. "Os princípios são bastante bons, há preocupação com a
indústria, com benefícios para a população, e de competitividade",
afirma Delai.
Até o final desta década, a IDC projeta que o ecossistema de IoT dobre
de tamanho no Brasil, superando a marca de US$ 13 bilhões.
Por conta dessa expansão, o mercado de ferramentar analíticas também
deverá ganhar escala como capacidade embarcada a partir deste ano,
puxado principalmente pela adoção de ferramentas cognitivas e de
inteligência artificial, como chat bots. Para analytics, o crescimento
esperado para este ano é de 4,8%, atingindo a marca de US$ 848 milhões.
Nuvem
Já madura no Brasil, a adoção de nuvem pública seguirá se expandindo no
mercado corporativo nacional, com um crescimento esperado de 20% –
superior a média global, de 18,2%. Além disso, até 2018, a IDC afirma
que ambientes multicloud predominarão em organizações, correspondendo a
85% do total das companhias implementando nuvem.
Neste cenário, a consultoria vê o papel dos cloud brokers ganhando uma
importância maior para o setor a partir deste ano, que auxiliarão
empresas em suas jornadas de adoção de nuvem, na elaboração de planos de
migração de workloads e na escolha de provedores ideias para cada
necessidade. "Não se trata apenas de uma questão de custo, mas também
das capacidades de cada provedor de cloud e das necessidades dos
clientes", avalia Delai. Até 2020, a IDC estima que metade das receitas
de provedores de nuvem pública virão de parceiros e brokers.
Fonte: Canaltech
Fonte: Canaltech
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