O problema dos robôs na internet
Desde a eleição americana, manipulação da informação
virou tema no ambiente político atual. Mas, com tantos "bots" nas redes
sociais, como é possível encontrar a verdade na web?
Onde antes cidadãos comuns estavam acostumados a julgar a importância, a popularidade ou a credibilidade de políticos, modelos econômicos ou movimentos ideológicos baseados em reportagens profissionais, em pesquisas de opinião pública ou simplesmente através da propaganda de boca, eles estão agora à mercê daquilo que é tendência ou considerado aceito em seus feeds da rede social.
A manifestação mais óbvia de tais projetos pode ser vista no Facebook e no Twitter, onde contas falsas estão configuradas com milhares de seguidores inexistentes para dar uma ilusão de veracidade. Aliada a um software de certo tipo de bot, tais contas podem alcançar pessoas por meio de tuítes e postagens com mensagens específicas ou até mesmo retuitar ou curtir os tuítes de alguém, aumentando assim a popularidade desse usuário.
Notícias falsas
A manipulação de dados é um tema quente no ambiente político atual. O ministro alemão da Justiça, Heiko Maas, afirmou, em fins do ano passado, temer que notícias falsas possam espalhar desinformação antes das eleições parlamentares no final deste ano.
E ele tem bons motivos para se preocupar. Ainda que as notícias falsas sejam escritas e publicadas por seres humanos, muitas vezes, elas são distribuídas e apoiadas por milhões de contas-fantasma em sites populares como Twitter, Facebook, Reddit e através de email.
Um estudo realizado pelo portal Buzzfeed News logo após a vitória eleitoral de Donald Trump mostrou que mentiras sobre a votação conseguiram movimentar mais as plataformas de mídia social que as histórias verídicas de 19 grandes meios de comunicação juntos.
Uma reportagem realizada pelo Political Bots, uma equipe de pesquisadores das principais universidades do mundo, constatou que mais de 30 milhões de contas do Twitter pertenceriam a perfis falsos. Descobriu-se também que, antes das eleições presidenciais americanas, o número de bots pró-Trump, que promoviam notícias falsas, foi cinco vezes maior que os pró-Hillary Clinton.
Na internet, os bots são usados para realizar ataques DDos, que podem derrubar sistemas inteiros.
Combatendo o problema
Companhias como a Hoaxmap combatem as notícias falsas desde fevereiro de 2016, mas empresas de mídia social, autoridades e governos ainda tentam recuperar o tempo perdido.
Recentemente, o Facebook anunciou uma iniciativa para combater as notícias falsas em sua plataforma, por meio de novas ferramentas que tornarão mais fácil para os usuários marcar tais histórias em sua linha do tempo. Em parceria com a empresa berlinense Correctiv, um coletivo de jornalismo investigativo independente, apartidário e sem fins lucrativos, o Facebook espera usar um terceiro rosto avaliando o material marcado.
O governo alemão quer enfrentar o problema de frente, com um novo órgão ligado ao Ministério do Interior em Berlim, o chamado "Centro de Defesa contra a Desinformação."
Pesquisadores da Universidade de Cambridge, no entanto, dizem que uma "vacina psicológica" protege as pessoas contra notícias falsas – mas, como acontece com outras vacinas, pode levar décadas até ser elaborada.
Fonte: DW
Comentários
Postar um comentário
Todas postagem é previamente analisada antes de ser publicada.