quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Terroristas estão vencendo guerra digital, dizem especialistas

Terroristas estão vencendo guerra digital, dizem especialistas

PC World / EUA
18/01/2017 - 12h13
 
Participantes de painel realizado no Fórum Econômico Mundial, em Davos, apontaram o que precisa ser feito no combate ao ISIS e outros grupos.
Grupos terroristas estão abraçando um grande número de ferramentas digitais para recrutar membros e planejar ataques, o que os coloca à frente dos governos e autoridades que tentam combatê-los, aponta um grupo de especialistas em contraterrorismo.
O Twitter removeu cerca de 250 mil contas ligadas ao ISIS (Estado Islâmico) em um ano, mas o grupo terrorista utiliza outras 90 plataformas de mídias sociais, explica o diretor da Europol, Rob Wainwright. Os grupos extremistas começaram a fazer streaming ao vivo dos seus ataques, e estão usando a Internet para lançar campanhas de crowdfunding, explicou o especialista durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.
“A tecnologia é avançada. Eles sabem o que fazer e como usar isso”, afirma Wainwright.
É imperativo que os países comecem a trabalhar de forma mais próxima para combater o terrorismo e desenvolver uma contranarrativa online que evite que potenciais membros entrem para grupos terroristas como o ISIS, afirmaram os integrantes de um painel sobre terrorismo na era digital realizado durante o evento.
Os governos precisam confiar mais uns nos outros e se disporem a compartilhar sua inteligência sobre terrorismo, afirmou Prince Turki bin Faisal Al Saud, ex-diretor de inteligência nacional da Arábia Saudita. “O terrorismo é como um câncer. O grupo usa esses métodos online para espalhar-se por metástase”, diz.
Já o ex-diretor do exército do Paquistão, Raheel Sharif, pediu por uma combinação de punições pesadas para terroristas violentos e esforços educacionais contra radicalização para os outros. Segundo ele, o Paquistão cortou dramaticamente o número de ataques terroristas no país nos últimos anos. 
Mas Prince Turki enfatizou a necessidade de uma contranarrativa mais forte, na Internet e em escolas, igrejas e mesquitas. As punições duras para os terroristas precisam evitar efeitos colaterais sobre pessoas inocentes, destaca. Os esforços de contraterrorismo não podem “eliminar o terrorista e criar 10 outros”, afirma Prince Turki, atualmente diretor do King Faisal Center for Research and Islamic Studies.
Alguns participantes do painel sugeriram ainda que a cultura de liberdade de expressão online complica os esforços na luta contra o terrorismo. A comunidade internacional precisa encontrar um equilíbrio entre a liberdade de expressão e a segurança, afirmou o vice-presidente da Nigéria, Yemi Osinbajo.
“Cada pessoa possui um aparelho digital, e ele possui um poder tremendo. Elas nem precisam de nenhum acordo formal. Qualquer um pode alcançar milhões de pessoas”, disse.
Wainwright, da Europol, também pareceu sugerir alguns limites para a liberdade de expressão na web. “Queremos desfrutar, queremos proteger a liberdade de expressão na Internet, mas não a tal ponto de que não existam absolutamente nenhuma regra de governança”, afirmou.
No entanto, os participantes do painel discordaram sobre a efetividade dos esforços online atuais para criar uma mensagem de contraterrorismo. Os esforços nos EUA e em outros locais para conter campanhas online de terrorismo foram “especialmente mal-sucedidos”, afirmou a vice-chanceler da Universidade de Oxford, Louise Richardson.
Mas Wainwright discordou de tal afirmação, dizendo que alguns esforços de contranarrativa parecem ter reduzido o número de residentes dos EUA e Europa que entraram para o ISIS. No entanto, ele reconheceu que são necessários mais esforços para conter “notícias falsas” que os grupos terroristas estão espalhando sobre eles mesmos.

Fonte: IDGNow!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Todas postagem é previamente analisada antes de ser publicada.