Estudo mensura pela 1º vez influência do Sol no aquecimento global
EFE/Juan
Carlos Hidalgo
As
oscilações da atividade solar têm um efeito perceptível sobre o clima
terrestre, foi o que descobriu um grupo de pesquisadores da Suíça, que
conseguiu estimar pela primeira vez a influência do astro rei no aquecimento
global do planeta Terra, informou nesta segunda-feira o Fundo Nacional Suíço.
O mundo
da ciência já sabia que as oscilações da atividade solar modificam a
intensidade da radiação que chega à Terra, mas determinar se essas variações
exerciam ou não uma influência mensurável sobre o clima terrestre constituiu
uma questão central da pesquisa climática.
Os
cientistas envolvidos no estudo partiram da hipótese de que os raios lançados
pelo Sol no planeta provocam variações "mais importantes" que as
reunidas em modelos anteriores, com o argumento de que esta é a única
explicação para as mudanças climáticas naturais que o planeta experimentou nos
últimos milênios.
Analistas
do Observatório de Física Meteorológica de Davos, do Instituto Federal de
Ciência Aquática e Tecnologia (Eawag) da Suíça, do Instituto Federal de
Tecnologia de Zurique e da Universidade de Berna se basearam em análises
numéricas de computador para estabelecer uma estimativa "sólida" da
influência da estrela sobre a temperatura da Terra durante os próximos 100 anos.
Financiados
pelo Fundo Nacional Suíço, os cientistas descobriram que, após uma fase de alta
intensidade solar após 1950, a atividade do Sol diminuirá em breve.
O estudo
prevê que uma radicação mais fraca da estrela pode contribuir para uma redução
total da temperatura terrestre de 0,5 grau.
Este
efeito, no entanto, não compensará o aquecimento do planeta induzido pelas
atividades humanas, que provocou um aumento de aproximadamente um grau
centígrado da temperatura global em comparação com os números registrados na
era pré-industrial.
No
entanto, o diretor do Observatório de Física Meteorológica de Davos e
responsável do projeto, Werner Schmutz, afirmou que o descobrimento desta
redução da atividade solar é "importante" e pode ajudar a lidar com
as consequências da mudança climática.
"Poderemos
ganhar um tempo precioso se a atividade do Sol diminuir e se houver uma ligeira
redução do auge das temperaturas terrestres", disse Schmutz, que detalhou
que este "respiro será passageiro", pois, "após um mínimo de atividade
solar, sempre vem um máximo".
Além
disso, os cientistas lembraram que "sempre é complicado" prever como
o próximo ciclo do astro rei afetará a Terra, pela impossibilidade de ter
acesso a todos os dados da atividade solar e da temperatura do planeta.
Fonte: EFE
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