Menino boliviano fabrica
sua própria mão robótica
EFELa Paz22
mar 2017
O menino
boliviano, Leonardo Viscarra, mostra como funciona sua mão robótica. EFE/ Jorge
Abrego
O menino
boliviano Leonardo Viscarra descobriu a tecnologia por acaso ao quebrar um
carro de brinquedo e agora, com uma mistura de curiosidade, paixão e muito
trabalho, conseguiu construir sua própria mão robótica com uma impressora 3D.
"Eu
atirei uma pedra e o carro quebrou. Eu o abri e pude ver a placa e os
motores", relatou em entrevista à Agência Efe este precoce pesquisador, de
14 anos, que define esse fato, ocorrido quando tinha 8 anos, como o estopim de
suas conquistas.
Quando
estava no ventre de sua mãe, sua mão esquerda ficou presa na placenta e não
pôde se desenvolver totalmente. Foi diagnosticado com o que se conhece como
síndrome da banda amniótica.
Sua nova
mão, feita de termoplástico, funciona com fios de náilon que captam os
movimentos de seu punho e os transmitem a dedos que, segundo admite, não se
movimentam perfeitamente.
De fato,
não é perfeita, mas com ela pode "pegar copos, frascos... uma variedade de
objetos que antes não podia sustentar".
Leonardo
começou com uma mão muito precária; uma espécie de pinça que pelo menos lhe
servia para agarrar objetos. Depois conseguiu outra já mais mecanizada, mas que
não se encaixava tão bem.
Pesquisando,
segundo contou, conheceu a história de um menino francês que foi o primeiro a
ter uma prótese deste tipo e soube de uma fundação americana que as fabricava.
Graças a
uma tia que vive nos Estados Unidos entrou em contato com esta fundação e lhe
enviaram uma primeira mão robótica, que ficava grande demais e não lhe servia
para muita coisa.
Não se
rendeu. Se inspirou nesta prótese "para construir outra", desta vez
feita por ele mesmo e personalizada a suas medidas.
Quando
tinha o design, que tirou da internet, procurou o Instituto de Robótica Sawers,
na cidade de Cochabamba, onde vive, e ali ajudaram-no a torná-la real.
Com uma
impressora 3D imprimiram quase toda esta nova mão e, com ajuda de seus
professores e pais, Leonardo uniu todas as peças e a articulou com os fios e
cordas de náilon.
O menino
conseguiu sua prótese por menos de US$ 100, enquanto as prótese biônicas
vendidas pelas empresas podem chegar a custar US$ 15.000.
Leonardo
contou que pôde testar uma dessas mãos quando esteve na cidade de Santa Cruz,
que era um modelo com sensores que se conectavam aos músculos pelas mãos e
reagia a seus movimentos com grande precisão (...). Por Irene Escudero.
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Fonte: EFE
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