Pesquisadores da IBM conseguem feito inédito ao armazenar um bit em um átomo
Stephen Lawson, IDG News Service
09/03/2017 - 08h51
Pesquisa pode levar a um armazenamento centenas de vezes mais denso, o que poderia significar telefones, PCs e até data centers menores no futuro
A pesquisa poderia levar a um armazenamento centenas de vezes mais
denso que qualquer coisa disponível até então. Para colocar em
perspectiva, com isso seria possível armazenar toda a biblioteca iTunes
da Apple de 35 milhões de músicas em um dispositivo do tamanho de um
cartão de crédito, diz a IBM.
Um armazenamento muito mais denso pode significar telefones, PCs e até data centers menores no futuro.
Os discos rígidos atuais usam cerca de 100 mil átomos para
armazenar um bit. Outros cientistas usaram átomos individuais para
armazenamento antes, inclusive dispositivos experimentais que usaram a
localização dos átomos para armazenar dados. Mas o armazenamento
magnético, a técnica já usada em fitas, unidades de disco e flash, tem a
vantagem de ser um estado sólido, portanto não requer átomos em
movimento, explicou Christopher Lutz, o pesquisador de nanociências que
liderou o projeto da IBM.
Depois de fazer um átomo armazenar um bit, a equipe de Lutz colocou
dois dos átomos ao lado um do outro para descobrir o quão perto eles
poderiam chegar e ainda serem lido de forma independente. Isso funcionou
com apenas um nanômetro entre os átomos. A essa taxa, seria possível
armazenar cerca de 600 terabits por polegada quadrada.
Mas não espere ver um telefone do tamanho de seu dedo mindinho a
qualquer momento em breve. Este projeto é pura investigação, destinada a
ajudar pesquisadores a desenvolverem as ferramentas e conhecimentos que
irão levá-los para a próxima rodada de descobertas.
De fato, a equipe da IBM não espera que o armazenamento comercial
ou dispositivos de memória armazenem um bit em cada átomo, disse Lutz.
Por um lado, seu experimento exigiu condições que não são práticas para a
maioria dos dispositivos. Precisava de um vácuo ultra-alto, baixa
vibração e hélio líquido para uma temperatura super-baixa.
"Qualquer coisa que você possa carregar terá de relaxar essas
condições - a menos que seja um supercomputador de propósito especial",
disse Lutz.
A equipe só queria alcançar a máxima densidade possível. Até agora,
ninguém sabia quantos átomos levaria para construir um bit de memória
magnética confiável. Acontece que a resposta é apenas uma.
Agora os pesquisadores podem usar o que a IBM aprendeu para
desenvolver um novo armazenamento de alta densidade que funciona fora de
um laboratório, provavelmente usando um pequeno número de átomos que
pode ajudar uns aos outros a permanecerem estáveis à temperatura
ambiente, disse Lutz.
A pesquisa aproveitou o fato de que todos os ímãs têm dois pólos e
os pólos podem ser invertidos para representar um "0" ou um "1" (Na
física quântica, alguns átomos podem ser magnetizados de duas maneiras
ao mesmo tempo, uma condição que os pesquisadores da IBM tiveram de
evitar deliberadamente).
A equipe da IBM aplicou uma corrente elétrica ao elemento metálico
Hólmio, comumente usado em ímãs fortes, e magnetizou-o em uma direção.
Em seguida, eles aplicaram outra corrente para torná-lo "girável" e
representar um valor diferente. Eles aplicaram a corrente usando uma
agulha de metal em um microscópio de tunelamento de varredura.
Para ler a esses valores, a IBM usou então um único átomo de ferro
para medir a corrente magnética que passa pelo átomo. Essa técnica
também é nova, explicou a companhia.
Embora o armazenamento comercialmente disponível nunca chegue a um
bit por átomo, é importante estudar a densidade e pequenos recursos no
hardware, já que a fabricação de chips flerta com seus limites, disse
Lutz. "Estamos pulando para o fim da Lei de Moore e trabalhando nosso
caminho em sentido contrário."
Fonte: IDGNow!
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