Alimentos tradicionais de
países pobres podem virar produtos biofortificados
EFE Roma 13
abr 2017
EFE/Raminder
Pal Singh
Os
alimentos tradicionais de países pobres podem servir de base para a elaboração
de produtos biofortificados que melhoram a nutrição da população nesses
lugares, assegurou nesta quinta-feira em Roma o especialista irlandês Tom
O'Connor.
O
pesquisador da Universidade Colégio Cork (Irlanda) apresentou na Organização da
ONU para a Alimentação e a Agricultura (FAO) um projeto para promover a
biofortificação a partir de produtos próprios de países em desenvolvimento do
norte de África e Oriente Médio.
Mediante
a melhoria das qualidades genéticas dos cultivos, a biofortificação permite
elevar o nível nutricional de alimentos que, por exemplo, as organizações
humanitárias usam para lutar contra a desnutrição em situações de emergência.
Ao invés
do habitual composto de soja que o Programa Mundial de Alimentos (PMA) da ONU
reparte entre as comunidades mais vulneráveis, O'Connor apontou que está sendo
pesquisada a utilização de alimentos tradicionais das áreas que recebem ajuda.
Em muitos
países muçulmanos, enfatizou, existe a opção do "kishk", uma mistura
seca e fermentada de leite e "bulgur", mais conhecido como triguilho.
"É o
candidato ideal para ser a base de um produto enriquecido com
micronutrientes" e tenha as propriedades nutricionais estabelecidas pelo
PMA, apontou o irlandês, que reconheceu que ainda é preciso desenvolver
tecnologias e métodos para que sua produção seja rentável aos agricultores
locais.
O
Programa Mundial de Alimentos tem atualmente um programa de compras de pequenos
produtores em países como Ruanda, Uganda e Zâmbia para que cultivem milho e
batata-doce fortificada com vitamina A.
O'Connor
acrescentou que a educação das mães é um fator fundamental para melhorar a
nutrição dos meninos, apesar de viverem em terras pobres onde não há variedade
de cultivos.
A
formação em práticas alimentares, as medidas de saúde e um mínimo de higiene
podem contribuir na luta contra a desnutrição e problemas como anemia e
diarréia, segundo o irlandês.
Pelo
menos assim comprovou realizando um estudo em duas zonas rurais diferentes de
Etiópia nas quais havia uma alta prevalência desses transtornos entre as
mulheres lactantes e seus filhos pequenos.
A maioria
da população vivia da agricultura de subsistência e sua dieta baseava-se em
poucos cultivos, que nas terras de baixa altitude compunham-se sobretudo de
cevada e teff, e nas altas, de sorgo e milho.
Em ambos
casos as comunidades combinavam a colheita desses produtos com outros que não
consumiam, mas que serviam para obter dinheiro de venda, como o
"khat" e os animais, em uma tentativa de diversificar sua economia e
de melhor alimentação.
Fonte: EFE
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