“Pipas” que geram energia passarão por testes na Escócia
A Kite Power
Systems, conhecida como KPS, está trabalhando em um dispositivo de 17
metros que flutua em correntes de ar acima do solo
26 maio 2017, 17h53
Londres – Pipas geradoras de energia financiadas por Royal Dutch Shell, Schlumberger e EON iniciarão testes no Reino Unido neste verão boreal com o objetivo de desenvolver uma tecnologia que possa substituir turbinas eólicas offshore.
A Kite Power Systems, conhecida como KPS, está trabalhando em um dispositivo de 17 metros que flutua em correntes de ar acima do solo e gera energia puxando um cabo.
A empresa captou 5 milhões de libras (US$ 6,4 milhões) com as três gigantes do setor de energia em dezembro passado.
“O motivo pelo qual estamos interessados em algo assim é que isto tem potencial para reduzir o custo da energia eólica offshore no futuro”, disse Geert van de Wouw, diretor administrativo da Shell Technology Ventures.
“Fundamentalmente, olhando pelo lado científico, ao empinar a pipa em altitudes elevadas para que haja bastante vento o custo dos materiais é muito menor que o de uma turbina eólica offshore normal.”
Diversas startups estão elaborando alternativas às turbinas eólicas tradicionais, sendo que algumas dessas empresas são financiadas por corporações dos setores de energia e tecnologia, como a Alphabet.
A distribuidora de energia alemã EON também investiu em um local de testes na Irlanda para drones desenvolvidos para voar em altitudes elevadas e gerar energia.
O sistema funciona com o envio de uma pipa para o alto para que voe em um circuito circular, semelhante ao da ponta de uma pá de turbina eólica.
As máquinas aproveitam o levantamento aerodinâmico do vento exercido contra o cabo preso ao chão. A tensão nesse cabo faz com que a linha se desenrole saindo do tambor, que está conectado a um gerador.
A Kite Power Systems começará a testar suas máquinas em julho ou agosto na Escócia. Os parques eólicos offshore poderiam algum dia ser recapacitados com a tecnologia, segundo o CEO interino David Ainsworth.
“Há 3 gigawatts de capacidade eólica offshore chegando ao fim da vida na década de 2020”, disse Ainsworth. “Essa capacidade terá que ser desativada, mas a infraestrutura continuará lá, a rede. Existe uma oportunidade de recapacitá-la com pipas.”
A Kite Power Systems acredita que seu sistema possa gerar eletricidade entre 55 e 58 por cento do tempo, um fator de capacidade superior ao de um parque eólico convencional.
A empresa preparou uma pipa de 500 quilowatts e está trabalhando em uma versão de 3 megawatts. Ainsworth estima que a tecnologia da empresa poderia chegar a 6 megawatts com cada máquina.
Fonte: EXAME
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