Trocando em Miúdo: Ciência mostra que é possível usar urina humana como fertilizante
Neste maio, estou de férias em Berlim, Alemanha. Mas este Trocando em Miúdo, de 20 de setembro do ano passado, vale a pena ouvir de novo. Vamos nessa!A prosa de hoje, não estranhe, por favor, porque é séria, vai ser sobre a urina humana que a gente joga fora e, misturada com água, é jogada nos rios. Mas que tal usar a urina para fertilizar nossas plantações, hein?
Pois então... Antes deixa eu explicar a importância da prosa. A urina que a gente joga fora tem nitrogênio, potássio e fósforo. Tudo ótimo para melhorar a qualidade da terra onde a gente joga a semente, que, depois, vira alimento. Mas, antes, é preciso, com certeza, tratar a urina porque nem sempre ela está pronta. Por exemplo: a pessoa toma um remédio, antibiótico ou o que for. Vai para a urina, que vai para o vaso e, depois, vai para os rios, que ficam poluídos, exigindo mais tratamento porque essa água volta para a torneira aí da sua casa.
Para tratar a urina para que ela possa ser transformada em fertilizante, já tem vários métodos sendo usados nos Estados Unidos, o maior produtor de vários alimentos no mundo. Entre eles, pode usar o método de congelamento e descongelamento rápido, quando os remédios ou as doenças presentes na urina são eliminadas. Tem o filtro de carvão. Ou então bactérias vivas que transformam o amoníaco da urina em nitrato. Sem contar a ureia natural.
E, para mostrar que a prosa é científica e séria, vamos continuar: tem cientistas que já estão recolhendo urina, na Universidade de Michigan, lá nos Estados Unidos. São banheiros sem água onde a urina passa direto para uns tanques de armazenamento e depois passam pelo tratamento e depois vão ser usados como fertilizantes em plantações e hortas. Só tem um negócio, e os próprios cientistas aceitam. Como é que o povo vai aceitar isso? Eles dizem que vai ser preciso uma campanha de esclarecimento.
De bom, só para fechar essa prosa de urina na lavoura, é que ela deixa de ir para os rios, muitas vezes com doenças ou mesmo remédios que podem matar peixes e plantas que vivem nas águas ou mesmo aumentar o nível de poluição nas mesmas águas que serão recolhidas, em outras cidades, para tratamento e consumo humano.
Está vendo como a prosa é séria? Aliás, no interior da China, tem mais de dois mil anos que eles usam as fezes, humanas e dos animais, para colocar num poço de onde sai o gás, que, depois, vira luz ou fogo para cozinhar alimentos ou esquentar a casa. Tão simples que até hoje é usado. E a parte seca, depois do gás, vira fertilizante agrícola.
Então tá. Inté e axé.
Fonte: EBC
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