Prometidas pela Amazon,
entregas por drones já são realidade na China
EFE Pequim
19 jun
2017
EFE/Uwe
Zucchi
A Amazon
foi a primeira companhia a mostrar a possibilidade de entregar pedidos através
de drones, mas enquanto a companhia americana ainda pesquisa esse tipo de tecnologia,
a JD.com, da China, já transformou a ideia em realidade.
Desde o
ano passado, em algumas regiões do país, especialmente as montanhosas e
remotas, a imagem de um drone transportando pacotes é algo habitual. E a
companhia, a segunda maior do comércio eletrônico chinês após o poderoso
Alibaba, planeja uma expansão.
"Nosso
objetivo são as áreas rurais, onde a infraestrutura não é boa e o setor de
transportes não é tão desenvolvido. Por isso, é muito mais barato enviar drones
para lá", explicou à Agência Efe o vice-presidente para Assuntos
Internacionais da JD, Josh Gartner.
"O
grande desafio é o fornecimento de energia dos drones", explicou o
executivo na sede central da JD, um faraônico edifício nos arredores de Pequim
no qual trabalham milhares de funcionários e onde muitos destes drones são
exibidos.
Seis dos
sete modelos de drone usados pela JD são elétricos. Apenas o maior deles, um
grande equipamento de quase dois metros de envergadura e capacidade para
transportar até 30 quilos, é alimentado com gasolina.
Os
drones, por enquanto, não levam os pedidos ao comprador final. Eles são
recebidos por um encarregado da empresa na cidade mais próxima ou na qual vive
o cliente, explicou Gartner.
"Depositamos
as entregas nas cidades, e ali temos o que chamamos de 'promotor local' que o
recebe e o leva ao cliente nos últimos passos", conta o vice-presidente.
O espaço
aéreo é altamente controlado e o uso de drones é terminante proibido nas
cidades chinesas, o que limita esse sistema de transporte em regiões rurais. A
JD tem permissão para fazer entregas assim em quatro das 30 regiões
administrativas do país.
A empresa
pode utilizar drones na província de Sichuan, uma das mais montanhosas do país,
Jiangsu, Guizhou e as regiões não urbanas dos arredores de Pequim. Mas a JD
quer mais.
"Queremos
expandir no futuro e atualmente temos 40 drones em operação", explica
Gartnet.
Não é
acaso que o transporte por drones tenha sido desenvolvido primeiro na China. O
país lidera a produção desses equipamentos para uso civil e já possui 45 mil
deles registrados. O número real, porém, pode ser muito maior.
Na
próxima década, a estimativa é que o mercado de drones da China gere US$ 11
bilhões por ano, segundo um estudo da iResearch, mas que também alerta sobre os
riscos que esse "boom" pode trazer. Já houve casos de drones
interferindo no tráfego aéreo convencional nos arredores de aeroportos do país.
Tanto a
JD como sua principal rival, a Alibaba - que concentra 80% do comércio
eletrônico na China - estão trabalhando para conseguir um maior avanço sobre as
regiões rurais do país, nas quais vivem 650 milhões de pessoas.
Enquanto
a Alibaba focou na criação das chamadas "aldeias Taobao", áreas que
vivem quase integralmente do comércio eletrônico, a JD trabalha na melhoria do serviço
de entrega, que não só se limita ao uso de drones, mas também prevê a
construção de miniaeroportos para a utilização coordenada dos equipamentos.
A empresa
anunciou em abril que construirá nos próximos três anos 150 aeroportos para
drones apenas na província de Sichuan, onde vivem 100 milhões de pessoas.
A JD
espera, com isso, reduzir os custos de envio em 70%. Os camponeses das regiões
mais remotas do país devem estar preparados para se acostumar com pacotes sendo
entregues pelo ar.
Por
Antonio Broto.
Fonte: EFE
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