quinta-feira, 22 de junho de 2017

Temporada de trainees vai começar. Veja os 4 tipos de programas

Temporada de trainees vai começar. Veja os 4 tipos de programas


Trainees para profissionais formados há mais de 3 anos, programas internacionais ou técnicos são variações da versão tradicional do programa
22 jun 2017, 15h20 - Publicado em 22 jun 2017, 15h00
São Paulo – Candidatos a programas de trainee, preparem-se, pois, a temporada de abertura de processos seletivos das principais empresas está começando e promete ser ainda mais disputada.
Embora haja estreantes no grupo das companhias que recrutam trainees, o saldo no fim do dia é negativo: há menos vagas para turmas de 2018. “O número de empresas que deixaram de abrir programas é maior do que o número de empresas que estão fazendo trainee pela primeira vez”, diz Manoela Costa, gerente da Page Talent, consultoria dedicada ao recrutamento de estagiários e trainees.
As oportunidades diminuíram, mas há novos formatos de programas de trainee na praça. O cardápio está mais diversificado e com espaço, inclusive, para profissionais com mais bagagem e tempo de formatura, modalidade que tem aparecido com mais robustez de mercado de uns dois anos para cá, segundo Manoela.
Uma das razões para recrutar trainees de “nível sênior” tem a ver com a necessidade de que eles estejam prontos para assumir a liderança mais rápido do que os recém-formados.
Algumas empresas, diz Manoela, perceberam que programas tradicionais acabam formando líderes em médio prazo. Com necessidade mais urgente de bons gestores, o jeito foi fazer um trainee para quem já está mais maduro na carreira e só precisa ser “lapidado”, como explica Lilian Green, líder de desenvolvimento de talentos da Pepsico, que tem esse tipo de programa.
São quatro modalidades de programas desenvolvidos pelas grandes empresas. O tronco comum é o impulso para um salto de carreira. Entenda como eles funcionam:

Programa de Trainee tradicional

Ainda é o mais adotado, e, portanto, a modalidade com mais oportunidades para os jovens talentos.  Os programas tradicionais miram universitários recém-formados, com potencial de desenvolvimento e espírito de liderança. Falar inglês é, via de regra, um requisito.
“De 10 programas que fazemos aqui, entre seis e sete são trainees tradicionais”, diz Manoela. A principal preocupação é montar um time de futuros líderes com pessoas que se adaptem – com razoável facilidade – ao jeito de trabalhar da companhia, ou seja, jovens que tenham aderência à cultura da empresa.
“Queremos que o jovem seja ele mesmo”, disse a Exame.com, Priscila Waléria, gerente de recrutamento e seleção da Ambev. A empresa faz anualmente dois processos para selecionar trainees: um para quem quer carreira fabril e outro para quem deseja seguir trajetória no mundo corporativo. Selecionados pela Ambev recebem salário de 5,8 mil reais, valor dentro da faixa verificada pela Page Talent: de 4 mil a 6 mil reais.

Programa de Trainee sênior

É uma tendência que começou há, no máximo, dois anos, diz Manoela, especialmente em multinacionais e pode pagar até o triplo de um trainee comum. A faixa salarial, segundo a Page Talent, é de 8 mil reais e 12 mil reais.
Lançado ano passado no Brasil , o Academy College Hiring, da Pepsico é um exemplo, mas empresas brasileiras, como a Cacau Show, também lançaram programas para trainee sênior.
Experiência prévia, domínio obrigatório de um segundo idioma, pós-graduação e três a seis anos de formação estão entre os requisitos da maioria desses programas.
“Mapeamos a alta e média liderança e vimos que tínhamos poucos sucessores preparados e com competência para assumir por isso chamamos jovens com mais experiência”, explica Lilian Green, líder de desenvolvimento de talentos da Pepsico.
A decisão teve como guia mestra a necessidade de maior maturidade e resiliência. “Quem já viesse pronto para arregaçar as mangas e que só fosse lapidado por esse programa”, diz Lilian.
De 4 mil inscritos, apenas nove foram escolhidos para turma deste ano. “Só foi aprovado quem realmente tinha o perfil”, afirma a líder de desenvolvimento de talentos da Pepsi.
“O processo seletivo foi muito divertido e me forçou a ser eu mesma”, lembra Bruna Alves, uma das contratadas. Formada pela UFMG em 2012 no curso de engenharia de produção, ela ficou sabendo do programa enquanto fazia mestrado nos Estados Unidos.
“Quando fui me preparar para a seleção, estudei a empresa e vi que o fit era grande”, diz Bruna. Tanto ela quanto Laura Oliveira, que também foi aprovada citam o fato de terem valores e estilo que combinam com o jeito de trabalhar na Pepsi.
“A liderança feminina na empresa é algo muito inspirador”, diz Laura, fazendo referência a Indra Nooyi, CEO global da Pepsi e uma das mulheres mais poderosas do mundo, segundo a Forbes.
Formada em relações internacionais pela PUC de Minas, Laura também já foi uma trainee “tradicional”. Sua dica de preparação seja qual for o tipo de programa é estudar o máximo sobre a empresa. “ Na seleção, tem que ser você mesma, é muito importante, a empresa precisa saber”, diz.
O benefício de participar de programas para acelerar a carreira, de acordo ela, é que, ao lado, de pessoas com formações e backgrounds diferentes o terreno é fértil para surgimento de habilidades não tradicionais, um aspecto importante para quem busca inovação.
Aprovados no College Hiring: (Da esquerda para direita) Pedro Henrique dos Santos Costa (Vendas) , Jaqueline de Fátima Vidotti (Operações), Fabiano Soares Gomides (Vendas), Carolina Pett Gabriel Gonçalves (Operações), Rafael Henrique Fernandes (Operações), Alexandre Carneiro Antonio (Operações), Bruna Marcelle Teixeira Alves (Operações), Laura Michelin dos Santos Oliveira (Marketing) e Igor Kuromoto de Castro (Finanças). (Pepsico/Divulgação)

Programa de trainee internacional

É um modelo exclusivo para multinacionais que têm programas de trainee em unidades fora do Brasil.
A estrutura e o foco são semelhantes aos programas tradicionais assim como a faixa de salário (entre 4 mil reais e 6 mil reais).
A diferença é mesmo geográfica e o programa pode contar com rotação em mais de dois países. Por isso, a exigência de um segundo idioma geralmente aparece na lista de requisitos.
“Esse intercâmbio é para tornar esse jovem mais próximo do negócio e entender melhor a cultura e os procedimentos de empresas com atuação global”, diz a gerente da Page Talent. A LATAM Airlines é um exemplo de empresa que já adotou esse modelo de trainee para jovens brasileiros.
Sem dúvida, programas internacionais chamam a atenção, mas segundo Manoela, da Page Talent, a concorrência de um programa de trainee é mais atrelada à marca e à reputação da empresa.

Programa de trainee técnico

São programas que contam com formação técnica, que pode ser na área de operação ou mesmo na área corporativa. Muitos surgem quando a companhia percebe que faltam sucessores em áreas específicas como, engenharia, compras ou finanças.
“É um programa que atende também quem busca carreira em Y como, por exemplo, um engenheiro de campo”, diz Manoela. A remuneração desse programa é semelhante à do trainee tradicional, entre 4 mil reais e 6 mil reais.
O trainee da VLI, empresa de logística que opera em ferrovias, portos e terminais, é voltado exclusivamente para graduados em engenharia e tem uma marca técnica forte.
Um dos seus principais diferenciais é a capacitação que oferece: todos os aprovados fazem uma pós-graduação, que dura três meses, em engenharia ferroviária ou engenharia de portos e terminais. Depois da pós, os trainees participam de um programa de visitas às principais cidades em que a empresa atua, o Mochilão VLI.
Lilian Rabelo, trainee da VLI que fez o curso de pós em engenharia ferroviária, na PUC de Minas Gerais, diz que toda essa formação que a empresa oferece dá uma visão ampla e sistêmica de toda a cadeira da VLI.
Apesar de oferecer aos trainees a possibilidade de seguir na carreira em Y, a VLI também forma suas futuras lideranças por meio do programa. E é essa parte que tem atraído mais a jovem profissional.
“Além da pós, ainda temos três semanas de treinamento de gestão, com temas com autoconhecimento, comunicação eficaz, como dar e receber feedback”, conta. O contato com a liderança da empresa, segundo ela, acontece desde o processo seletivo.
“Na carreira em Y, o profissional entra como especialista técnico e lida mais com processos. Eu gosto da parte técnica, mas no momento como trainee gostei de lidar com pessoas, quero crescer e me tornar futura gestora”, conta.
Lilian Rabelo, trainee da VLI: pós-graduação de três meses é um dos diferenciais do programa (VLI/Divulgação)

Fonte: EXAME

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