A força de trabalho por
trás da inteligência artificial
Autoria Lindsey Rae Gjording (ca)
Apesar de
causarem preocupação quanto a perda de empregos, avanços na IA requerem um
exército de trabalhadores para treinar as máquinas. Colaboradores dedicam de 5
minutos a 40 horas semanais ao serviço.
Inteligência
artificial precisa ser aprendida por robôs
A
inteligência artificial (IA) precisa ser ensinada. Para treinar um carro a
conduzir sozinho e em segurança, por exemplo, ele deve aprender a
reconhecer pedestres e sinais de trânsito. Por trás disso, estão centenas de
milhares de trabalhadores.
Empresas
enviam milhares ou mesmo milhões de fotos para suas plataformas customizadas, e
funcionários avaliam e processam cada foto, criando uma plataforma de dados,
que finalmente habilitarão o carro a dirigir.
As
companhias que treinam inteligência artificial perceberam que esse tipo de
dados poderia ser processado por qualquer pessoa com acesso
constante à internet. Empresas como Clickworker, Neurala e Alegion Inc.
utilizam colaboradores online para impulsionar a criação da IA.
Com mais
de um milhão dos chamados clickworkers inscritos, neste
momento, provavelmente, por volta de cem mil pessoas estão logadas, examinando
informações e dando um toque humano ao treinamento robótico. Os colaboradores
podem passar de 5 minutos a 40 horas por semana realizando tarefas simples em
seus computadores ou smartphones, tornando a IA mais inteligente e eficiente.
As
categorias que precisam de mais colaboradores incluem a definição de imagem
para a condução autônoma, a transcrição da língua e fala, e a categorização de
mídia. Para algumas tarefas, o pagamento pode ser inferior a um dólar, e para
trabalhos mais complicados, como identificar raios-x, pode-se ganhar até mil
dólares por foto.
Mercado de sistemas inteligentes já domina diversas
áreas
Um estudo
recente da consultoria PricewaterhouseCoopers estima que a IA possa contribuir
com até 15,7 trilhões de dólares (50,8 trilhões de reais) para a economia
global até 2030. Estima-se que 6 trilhões de dólares provenham do aumento da
produção e da automação, e outros 9 trilhões de dólares, de "efeitos
colaterais no consumo", como mudanças nós hábitos de compra como resultado
de melhoras tecnológicas.
Investidores
vêm apostando em startups baseadas em IA há anos, e a lista de grandes
clientes continua crescendo, com companhias como Facebook, Amazon, Apple,
Microsoft e Google buscando maneiras de simplificar os negócios por meio de
novas tecnologias. Empresas como a Clickwork oferecem métodos de controle de
qualidade e interfaces usadas para catalogar os dados.
Fator
humano
Enquanto
a demanda por clickworkers pode diminuir com o
tempo, provavelmente não haverá um momento em que pessoas não estejam
trabalhando em conjunto com a IA ou ao menos fazendo a sua manutenção.
Ainda há
desentendimentos dentro da indústria sobre o quão robusta será a economia de
empregos que apoiará a IA. Massimiliano Versace, CEO da Neurala, acredita que
haverá uma diminuição do crowdsourcing, ou seja, o recrutamento de
colaboradores.
"A
necessidade de humanos para ensinar IA irá diminuir muito ao longo do tempo, já
que as empresas descobrem maneiras de reduzir a carga de trabalho de taggers
humanos [colaboradores], fazendo com que os dados sejam alimentados pela
IA."
Já Vito
Vishnepolsky, diretor de desenvolvimento de negócios da Clickworker, acha o
contrário, afirmando que IA está tomando empregos de empresas de segurança e
criando outros em firmas de software de alta tecnologia e inteligência
artificial.
"Este
mundo está em constante evolução e sempre serão necessários engenheiros para
manter os sistemas atualizados e sempre será preciso recrutar trabalhadores
para criar os conjuntos de dados para treinar os sistemas", diz ele.
Fonte: DW
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