China levará água ao
deserto por meio de túnel mais longo do mundo
EFE Pequim
30 out
2017
Povoado
chinês de Hanairike, localizado ao lado do deserto de Taklimakan. EFE/Iris Ying
Um túnel
de mil quilômetros na China, que se transformaria no mais longo do mundo,
levará água do Tibete até o deserto de Taklimakan, em Xinjiang, caso se
concretize o projeto no qual trabalham engenheiros do país.
Segundo
informou nesta segunda-feira o jornal "South China Morning Post",
esta obra de engenharia transportará a água do rio Bramaputra até o deserto de
Taklimakan, que ocupa uma superfície de 270.000 quilômetros quadrados.
Uma vez
construído, este túnel superará amplamente o aqueduto subterrâneo de Nova York,
atualmente o mais longo do mundo, com 137 quilômetros de extensão.
Na China
o túnel que agora ostenta o recorde tem 85 quilômetros e se encontra na
província de Liaoning (na fronteira com a Coreia do Norte), mas no último mês
de agosto o governo iniciou a obra de outro que medirá 600 km, e estará
concluído em oito anos, em Yunnan, no sul do país.
Este
último, suficientemente largo para permitir a circulação de dois trens de alta
velocidade e que atravessará montanhas a milhares de metros acima do nível do
mar, servirá de teste para a nova tecnologia, os métodos de engenharia e a
infraestrutura necessária para o futuro túnel que unirá o Tibete e Xinjiang,
segundo informa o jornal.
O
planalto do Tibete impede que a chuva de monção chegue a Xinjiang, isolada ao
norte pelo deserto de Gobi e ao sul pelo de Taklimakan, o que deixa 90% da
região não condicionada para a vida humana.
A
primeira vez que se cogitou a possibilidade de verter água do Tibete até
Xinjiang foi durante a dinastia Qing, no século 19, mas nunca saiu do terreno
das hipóteses devido aos enormes custos do projeto, o desafio que representa
para a engenharia, o possível impacto ambiental e os potenciais protestos dos
países vizinhos.
"O
projeto de canalização de água em Yunnan demonstra cérebro, músculo e
ferramentas para construir túneis extremamente longos em terrenos hostis",
o que dará confiança às autoridades para aprovar o de Xinjiang, explicou um
pesquisador da Academia Chinesa de Ciências ao jornal chinês.
Tanta o
planalto de Yunnan como a do Tibete são zonas propensas a sofrer terremotos e
contam com muitas falhas tectônicas ativas.
Fonte: EFE
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