Projeto visa fabricação de
coberturas verdes com absorventes e preservativos
EFE Haia
31 out
2017
EFE/Narong
Sangnak
Um grupo
de estudantes está abrindo uma empresa na Holanda que fabricará coberturas
verdes para casas utilizando resíduos não recicláveis como preservativos e
absorventes usados.
"Após
analisar as águas residuais, descobrimos que os materiais sólidos coletados
antes do tratamento da água tinham várias caraterísticas interessantes. O que
mais chamava a atenção é que absorvem muita água, pesam muito pouco e sobrava
um pouco de fezes", disse à Agência Efe Jelle Scharff, estudante de
Ciências e Negócios.
Estas são
as propriedades exatas, segundo ela, para a elaboração de um novo tipo de
cobertura verde em vez dos atuais materiais, como "o substrato de rocha de
lava", que não é totalmente sustentável e é extraído em outros países.
O
material produzido será aplicado sobre a construção regular do teto, como se
faz atualmente com as coberturas verdes já existentes, que utilizam vegetação
como membrana impermeável.
A equipe
desenvolvedora dessa nova cobertura é formada por três jovens: Scharf (24 anos)
e Bas van der Leeden (23), que estão ainda terminando os estudos em design de
produtos industriais, e por Anne Korthals (25), que se formou neste ano em
design espacial.
Este
grupo participou e ganhou há uma semana um concurso conhecido como BlueCity
Circular Challenge, na cidade de Roterdã, para o qual quatro organizações
ofereceram uma série de resíduos que queriam reutilizar de forma mais
sustentável.
Os jovens
estudaram as águas residuais e tiveram que "analisar tudo o que as pessoas
jogam fora no banheiro", principalmente absorventes, preservativos e
papéis higiênicos.
Após a
pesquisa, eles descobriram que os artigos absorvem muita umidade, mas não se
desfazem, o que os transforma em materiais perfeitos "para as coberturas
verdes, por funcionarem como amortecedores sustentáveis de água".
Scharf lembrou
que "estes materiais não pertencem ao esgoto" e lamentou que as
pessoas "os joguem fora pelo vaso sanitário", embora seja proibido.
Ele firmou ainda que antes da elaboração da camada impermeável há um processo
trabalhoso, seguro e higiênico: lavar os materiais, moê-los e pressioná-los até
que fiquem em forma de placa.
"Desta
maneira, podemos nos desfazer do mau cheiro e fazer com que o material seja
fácil de ser aplicado no telhado. Não deixaremos de pesquisar para nos
certificar que nenhuma substância danosa termine no meio ambiente",
declarou.
A
produção destas coberturas verdes poderá ser feita "sem problema" com
as águas residuais normais, ainda segundo o estudante.
Só na
cidade de Roterdã, com 623 mil habitantes e onde a empresa terá sede, são coletados
anualmente mais de 100 toneladas de resíduos sólidos das águas e que não têm
nenhum uso antes de serem incinerados.
Nos
próximos dias, os três novos empresários se reunirão com possíveis investidores
e sócios, e de acordo com Scharf já houve quem mostrasse interesse em apoiar a
iniciativa sustentável.
Fonte: EFE
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