Universidades de Oxford e
Cambridge estão ainda mais elitistas que no passado
20 out
2017
EFE Londres
EFE/Conselho
da Cidade De Oxford
As duas
principais universidades do Reino Unido, Oxford e Cambridge, estão mais
elitistas do que há seis anos, de acordo com os dados de admissão destes
prestigiados centros docentes.
A
informação, solicitada pelo deputado do Partido Trabalhista David Lammy através
de uma petição amparada na lei britânica de liberdade de informação, foi
veiculada nesta sexta-feira por veículos da imprensa do Reino Unido.
As duas
universidades "contam com uma imensa maioria de estudantes provenientes de
uma pequena e privilegiada minoria do sul da Inglaterra", explicou Lammy
em um artigo publicado hoje no "The Guardian".
Um dos
dados que mais chamou a atenção do deputado trabalhista é que as duas classes
sociais mais altas em termos de rendimento do Reino Unido, formadas por
médicos, advogados, executivos e que representam 31% da população, foram as que
mais tiveram acesso a essas instituições.
Concretamente,
quatro de cada cinco estudantes que foram aceitos entre 2010 e 2015 vêm de
família cujos pais ocupam altos cargos de trabalho e de direção.
Além
disso, as áreas que têm o melhor percentual de admissão nessas duas
universidades britânicas estão situadas no sudeste da Inglaterra.
No caso
da Universidade de Oxford, são as regiões City of London, Richmond e Cambridgeshire,
três áreas de alto poder aquisitivo situadas no sul da Grã-Bretanha.
Essa
tendência se repete no caso de Cambridge, onde os distritos com as taxas mais
altas de admissão por número de tentativas são Merton, Richmond, Winsdor,
Maidenhead e Berkshire, também no sul do país e muito próximas a Londres.
"São
universidades nacionais e que recebem mais de 800 milhões de libras (892,27
milhões de euros) dos contribuintes ao ano, pagos por cada pessoa, em cada
cidade e povoado. Não obstante, o governo não pede nada em troca",
criticou Lammy, que se perguntou se o contribuinte deveria continuar assumindo
essas taxas.
Em
declarações veiculadas pela emissora "BBC", um porta-voz de Cambridge
alegou que os critérios de seleção da universidade são baseados em considerações
estritamente acadêmicas.
Por sua
vez, seu equivalente em Oxford atribuiu a disparidade à existência de algumas
áreas em situação de desvantagem e com baixos níveis de rendimento escolar.
"Para
corrigir as distorções e enfrentar estas sérias desigualdades será necessária
uma longa viagem que requererá grandes esforços da sociedade - e também das
universidades de ponta como Oxford", reconheceu o porta-voz do centro de
ensino.
Fonte: EFE
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